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Bolsonaro intervém na gestão do BB e eleva descrédito na agenda de Paulo Guedes

Sede do Banco do Brasil, em Brasília - Lula Marques - 16.jun.10/Folhapress

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O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, ficou sob ameaça no governo de Jair Bolsonaro desde que anunciou ao mercado, em 11 de janeiro, um processo de reestruturação para reduzir o número de agências da instituição e um programa de demissões voluntárias visando 5.000 funcionários.

Mesmo sem manifestações públicas, Bolsonaro fez saber que não havia gostado das medidas e inclinava-se a demitir o executivo. A exoneração não ocorreu, e a área econômica informa que os ajustes estão mantidos, mas as dúvidas quanto à gestão do BB —e de outras estatais— serão duradouras.

Trata-se do maior banco do país e uma companhia de economia mista cotada em Bolsa —e não cabe ao acionista majoritário, a União, atuar de maneira abusiva e intervencionista ao sabor de arroubos do presidente da República.

Uma eventual demissão de Brandão, que tem larga experiência e prestígio no setor, seria a segunda mudança promovida na instituição em curto intervalo de tempo.

Em julho do ano passado, o economista Rubem Novaes deixou a presidência do BB sob a alegação de que precisava descansar com sua família no Rio de Janeiro. Foi obviamente de uma maneira de dizer que preferia não explicitar as causas de sua saída.

Além de problemas decorrentes de investigações acerca de publicidade dirigida para sites bolsonaristas, noticiou-se que Novaes estava insatisfeito diante de decisões intempestivas do Planalto e mostrava-se desanimado com os rumos da propalada política de privatizações do ministro Paulo Guedes.

Já são vistas com enorme ceticismo, com efeito, as ambiciosas metas de desestatização apresentadas no início do governo pelo titular da pasta da Economia —que incluíam o próprio Banco do Brasil.

De início, a perspetiva de a União se desfazer do controle do gigante estatal gerou expectativas favoráveis e levou a uma consequente valorização de suas ações.

Não tardou, contudo, para que a visão corporativista de Bolsonaro começasse a se impor, favorecendo os conhecidos interesses políticos que rondam a instituição. O presidente age, de fato, como se fosse o dono do banco.

Hoje, não há mais quem acredite que o BB será privatizado —e o governo faz rarear até os que nutrem esperanças de um processo mais ousado de modernização.

editoriais@grupofolha.com.br

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