Tabuleiro paulista
Felizmente, não se vê propensão a candidatos aventureiros ou avessos à política
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De tão indefinida, a corrida pelo governo paulista tem um líder que não está em nenhum partido e pode nem participar da disputa —o ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e conta com 28% das intenções de voto, segundo a nova pesquisa Datafolha.
O ex-tucano, como se sabe, é cogitado no PSB e numa hoje menos improvável chapa presidencial encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ora favorito para ocupar o Planalto a partir de 2023.
Essa composição um tanto heterodoxa interessa diretamente aos dois postulantes que aparecem logo atrás no levantamento. Sem Alckmin no páreo, a marca de Fernando Haddad (PT) sobe de 19% para 28%, e a de Márcio França (PSB), de 13% para 19%.
No cenário atual, trata-se de um embate entre velhos conhecidos do eleitorado. O ex-tucano assumiu o Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez em 2001, com a morte de Mario Covas, e desde então elegeu-se três vezes para o posto; França foi seu vice no último mandato e governou o estado em 2018; Haddad foi prefeito da capital (2013-16).
O tabuleiro, entretanto, tende a se alterar, qualquer que seja o destino de Alckmin. Resta por ser testado o nome do provável candidato do PSDB, o vice-governador Rodrigo Garcia —a quem caberá defender um legado de 28 anos de hegemonia do partido no estado.
À esquerda, o PT tem hoje a concorrência amistosa de Guilherme Boulos (PSOL), que no ano passado chegou ao segundo turno da eleição paulistana e conta com 10% ou 11% das intenções de voto, nas simulações com a presença de Haddad, e 18% quando o petista não aparece entre as opções.
A situação, em tese, torna conveniente algum acordo entre as duas siglas envolvendo a eleição nacional. No momento, porém, esse é apenas um cálculo político.
A ideologia bolsonarista, até aqui, não mostra grande força na corrida —o que é digno de nota, dado que Jair Bolsonaro e aliados obtiveram expressivas votações no estado em 2018. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (sem partido), de perfil mais técnico, tem de 5% a 9% das preferências paulistas na pesquisa.
Por óbvio, há pela frente os efeitos dos discursos de campanha, do incipiente debate programático, das máquinas estadual e federal.
De mais auspicioso, não se vê maior propensão do eleitorado a candidaturas aventureiras, populistas ou avessas à política. A despeito dos muitos desafios por enfrentar, nada na gestão do estado mais rico e populoso do país incentiva o abandono da racionalidade.
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