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Capitólio caboclo

Forças Armadas se previnem contra o risco de Bolsonaro querer emular Trump se perder a eleição

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Banda do Exército faz parada em frente ao Congresso Nacional - Rubens Chaves/Folhapress

No dia 6 passado, completou-se um ano do infame episódio em que manifestantes incitados pelo então presidente Donald Trump invadiram o Capitólio em Washington, o mais sagrado templo da democracia norte-americana.

Além do rastro de destruição e das cinco mortes ocorridas, o episódio gerou uma ampla investigação para localizar e punir seus perpetradores. No futuro, Trump pode vir a engrossar a lista.

O que faziam os bárbaros? Buscavam inviabilizar a sessão do Congresso que ratificaria a vitória do democrata Joe Biden sobre o republicano, no novembro anterior.

Além de toda a retórica incendiária de que o pleito havia sido fraudado, refutada de ação em ação, Trump montou um palanque em frente à Casa Branca e reuniu suas hordas para criticar até seu vice, Mike Pence, presente à sessão.

A sedição proposta virou um roteiro para o bolsonarismo, um filhote bastardo do trumpismo. O presidente do Brasil nunca escondeu sua admiração pelo americano, disse sem provas que a eleição nos EUA havia sido roubada e que o Capitólio poderia se repetir aqui.

Parte significativa do entorno que ajudou a gestar Trump, a começar pelo ex-assessor Steve Bannon, é frequentadora dos ambientes reais e virtuais do clã presidencial —o filho Eduardo estava em Washington no dia da invasão.

Como a cruzada de Jair Bolsonaro contra a urna eletrônica e a crise institucional levada ao paroxismo no 7 de Setembro provam, não terá sido por falta de aviso se o país tiver de enfrentar uma turbulência análoga à americana neste 2022.

Se Bolsonaro parece mais domesticado após ter aderido ao centrão para salvar seu governo, é ocioso dizer que sua posição frágil em pesquisas sugere uma radicalização no decorrer da campanha.

Até as Forças Armadas, que o presidente vê como um de seus esteios, já perceberam isso. Como mostrou esta Folha, o Exército decidiu adiantar o cronograma de todos seus 67 exercícios militares do ano.

Eles deverão acabar até setembro, liberando a tropa para eventualidades a seguir. Generais minimizam o risco de uma versão cabocla do Capitólio e falam mais em risco de confrontos na polarização, mas o fantasma está posto.

Ele pode se materializar de várias formas, como numa negativa do presidente de intervir em um conflito estadual, já que o emprego dos fardados é sua prerrogativa. Isso poderia levar a uma judicialização inédita da questão, com consequências institucionais funestas.

Após passarem três anos negando aventuras golpistas do chefe cujo governo ajudaram a montar, é alvissareira a sinalização militar. Espera-se que ela se mantenha firme e na linha da constitucionalidade.

editoriais@grupofolha.com.br

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