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Um agosto pior que outro

Números de queimadas avançam na Amazônia, marca que não espanta sob Bolsonaro

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Vista da região da Labrea, no Amazonas - Douglas Magno/AFP

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Em quatro anos de antiambientalismo do governo Jair Bolsonaro (PL), o país infelizmente se acostumou a colecionar recordes de destruição da floresta amazônica.

Nessa galeria da devastação, o mês de agosto, que marca o início do período mais crítico de estiagem no bioma, ocupa um inglório lugar de destaque.

De 2019 em diante, passaram a ser registrados os maiores números de queimadas desde 2010. Não foi diferente neste ano.

Seus 31 dias contabilizaram nada menos que 33.116 focos de fogo, segundo o Inpe, perfazendo a pior marca em 12 anos.

Uma comparação ajuda a dar a magnitude do descalabro atual. Os quatro agostos da administração Bolsonaro somaram 121.383 pontos de queimada na Amazônia, ao passo que, nos oito anos de 2011 a 2018, esse mesmo mês totalizou 128.722 incêndios.

Prenúncios não faltaram. No dia 22, o Inpe detectou a ominosa marca de 3.358 focos de calor, o maior número de queimadas em um único dia de agosto desde 2002 —superando a cifra registrada no famigerado "dia do fogo", em 10 de agosto de 2019, convocado por ruralistas na área conflagrada de Novo Progresso, no Pará.

Num bioma úmido como o amazônico, tais incêndios, cumpre lembrar, não surgem de forma espontânea, sendo necessária a intervenção humana —e, não raro, criminosa— para ocorrer.

Tudo começa com o desmatamento. Grileiros e invasores promovem a destruição da floresta para depois, no período seco, empreender a queima dos resíduos.

Nesse sentido, os seguidos recordes de queimadas não chegam a surpreender, já que, durante os anos Bolsonaro, o corte raso tem-se mantido nos patamares mais altos da última década.

Além dos números, o avanço das queimadas preocupa também pelos locais onde vem se dando.

De acordo com a ONG Greenpeace, quase metade das chamas de agosto concentraram-se em somente dez municípios, cinco dos quais localizados na região conhecida como Amacro (partes de Amazonas, Acre e Rondônia), onde o governo apoia a criação de uma nova frente de expansão agrícola.

Essa região, que até pouco tempo ostentava um dos maciços vegetais mais preservados da Amazônia, acumulou no ano passado cerca de 20% de todo o desmatamento do bioma. Mais um feito infeliz do governo de turno.

editoriais@grupofolha.com.br

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