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Denise Mota

Armstrong, o ativista

Em registros até então inéditos, produção do Apple TV+ traz passagens desconcertantes

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Louis Armstrong é reconhecido por muitas — e enormes — coisas. É um dos pais fundadores do jazz. O rei da improvisação. O primeiro artista negro a inaugurar uma emissora de rádio. A vender "dos dois lados da Cortina de Ferro", como ilustra "Black & Blues", documentário sobre a vida de "Satchmo". Mas o ativismo não costuma aparecer em seu inventário.

É justamente um pouco dessa faceta o que o filme de Sacha Jenkins, em exibição na Mostra de São Paulo neste domingo e na próxima quarta-feira, se propõe a contemplar, a partir de áudios e imagens em momentos íntimos. "Quando eu tocava ‘The Star-Spangled Banner’, sentia que era alguém", ele conta, entre o orgulho e o lamento, sobre os tempos de adolescente, quando aprende a interpretar o hino norte-americano.

Wynton Marsalis, Count Basie, Dizzy Gillespie contribuem para a compreensão da trajetória de um homem cuja vida (1901-1971) testemunhou a conturbada caminhada entre os efeitos da guerra civil e o movimento pelos direitos civis em seu país. Sempre como um sobrevivente, mesmo após a consagração.

"Armstrong nos ensina que não é preciso dizer-se ativista para ser um ativista. Às vezes fazer a sua parte pode significar muitas coisas diferentes. Ele não tinha que justificar sua existência, porque sabia que estava fazendo, enquanto outros estavam falando", comenta Jenkins em conversa com a Folha.

Em registros até então inéditos, nessa produção do Apple TV+ "Satchmo" conta passagens desconcertantes, como sua memória dos linchamentos. Por trás dos generosos sorrisos que o caracterizavam, havia "um homem com uma tristeza nunca antes vista", define Sammy Davis Jr.

"Esse é o quebra-cabeças da identidade negra nos Estados Unidos. Todas as peças que têm que se unir para que um negro possa sobreviver e prosperar", reflete Jenkins. "O vaivém de códigos, a necessidade de ser muitas pessoas para poder caminhar intacto pelo fogo."

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