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A onda não veio

Em eleições, sociedade americana mostra resposta vigorosa à pauta do trumpismo

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Presidente americano, Joe Biden, discursa em campanha do candidato democrata ao senado, Val Demings, na Flórida (EUA) - Marco Bello/Reuters

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Pesquisas no início deste ano indicavam a possibilidade de uma onda vermelha republicana nas midterms —as eleições que renovam a totalidade da Câmara e um terço do Senado nos EUA. Como se vê na apuração dos resultados até aqui, porém, está claro que tais projeções não se confirmaram.

Chama a atenção, no desempenho conservador aquém do esperado, a pauta de costumes, com questões ligadas ao aborto e às drogas. A tradicional oposição dos republicanos à liberdade individual nessas áreas —exacerbada durante o governo de Donald Trump— parece cobrar um preço alto agora.

Em junho deste ano, a Suprema Corte, com três juízes indicados por Trump, reverteu o julgamento do caso Roe vs. Wade, de 1973, que havia legalizado nacionalmente a interrupção voluntária da gravidez. Em reação, parcela considerável da população aproveitou as midterms para eleger candidatos contrários ao teor da decisão judicial.

O número de mulheres que se registraram para votar aumentou. Em pesquisas de boca de urna, o aborto aparece como o segundo tema mais importante, atrás apenas da economia. Eleitores de três estados (Michigan, Califórnia e Vermont) votaram a favor de emendas que inserem a legalização do procedimento nas Constituições locais.

Com relação à drogas, um referendo no estado do Colorado aprovou o uso regulamentado de cogumelos psicodélicos por adultos a partir de 21 anos de idade.

Verificou-se também uma presença mais robusta das minorias. Massachusetts elegeu a primeira governadora lésbica do país; Maryland escolheu seu primeiro governador negro. Todos os estados tiveram candidatos homossexuais ou transgêneros, num aumento de 18% em relação a 2020.

Até este sábado (12), democratas haviam conquistado 201 das 435 cadeiras na Câmara (hoje, têm 221), e republicanos, 211 (têm 212).

Com Barack Obama, republicanos tomaram 63 assentos; com Bill Clinton, 54. Pesquisas apontam que, agora, republicanos devem virar cerca de 20 vagas. Joe Biden pode, assim, vir a ter desempenho melhor que o de antecessores.

No Senado, com 35 das 100 vagas em disputa, 49 estão com democratas e 49 com republicanos.
Não se trata, decerto, de um panorama confortável para Biden. Foi mais vistosa, porém, a frustração do trumpismo e de sua pauta reacionária, que mereceram vigorosa resposta da sociedade americana.

editoriais@grupofolha.com

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