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Raízes de Tarcísio

Governador eleito tem laços com Bolsonaro, mas acerta ao se afastar da ideologia

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Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de São Paulo - Adriano Machado/Reuters

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O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem dado sinais bem-vindos de que não transformará sua gestão em plataforma político-ideológica do bolsonarismo.

Ex-ministro do governo que ora se despede, o futuro mandatário paulista mantém laços incontornáveis com Jair Bolsonaro (PL) e com o campo político que o projetou na corrida eleitoral, mas tem evitado ser um porta-voz da militância e de teses radicais.

Ele próprio afirmou, em recente entrevista à CNN, que não é um "bolsonarista raiz", deixando claro que seu governo não servirá a batalhas culturais. As declarações despertaram reações inflamadas entre apoiadores do presidente.

Tarcísio, de fato, nunca foi um ativista ideológico. Sua presença no ministério deveu-se antes a questões gerenciais do que à pauta reacionária de Bolsonaro. Antes, havia ocupado cargos importantes nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

O pragmatismo parece nortear a montagem da administração, o que culmina na indicação de Gilberto Kassab (PSD) para a Secretaria de Governo —trata-se de político maleável a ponto de poder apoiar também o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília.

Não há dúvida de que o governador eleito situa-se à direita do espectro ideológico e está exposto às pressões do núcleo bolsonarista.

Entretanto dá sinal de ser criterioso no aproveitamento de nomes do governo federal. É o caso de Caio Paes de Andrade, da equipe do ministro Paulo Guedes, que deixa a presidência da Petrobras para assumir a pasta de Gestão e Governo Digital em São Paulo.

Mais problemática é a indicação do deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), conhecido como Capitão Derrite, para a Secretaria de Segurança Pública. Ligado a Bolsonaro, o parlamentar suscita temores de que a gestão da área seja contaminada por bandeiras ideológicas e corporativistas.

Um risco colocado desde já é que seja abandonado ou desvirtuado o bem-sucedido programa de emprego de câmeras em uniformes de policiais militares.

Seria irrealista imaginar que Tarcísio possa romper integralmente com o presidente da República prestes a deixar o posto, ao qual deve seu ingresso no mundo da política. As condições estão dadas, no entanto, para que conduza seu governo conservador aos padrões da normalidade democrática.

editoriais@grupofolha.com

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