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Atividade em risco

Se desaceleração da economia em 2023 era prevista, Lula ameaça a retomada futura

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Adriano Machado/Reuters

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Depois do surpreendente desempenho da economia em 2022, com alta do Produto Interno Bruto próxima a 3%, queda acentuada do desemprego e expansão da renda, é sabido há muitos meses que haverá desaceleração neste ano.

As projeções para o PIB do quarto trimestre, a ser divulgado em março, apontam para uma pequena retração. As vendas no varejo começaram a cair, e o crédito caro conterá o consumo. Apenas a agropecuária, que colherá uma safra recorde, deve ter expansão. Tudo somado, a economia deve crescer menos de 1% em 2023.

É o resultado do esgotamento do impulso da reabertura pós-pandemia, mais o efeito do necessário combate à inflação pelo Banco Central. A taxa básica de juros está em muito elevados 13,75% anuais —descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, são cerca de 8% em termos reais.

É um patamar contracionista. Seguindo o curso normal, até recentemente era esperada uma desaceleração material da alta dos preços, que viabilizaria a convergência da inflação para a meta de 3% no ano que vem. Nesse quadro, seria possível algum afrouxamento da política monetária ainda neste ano.

A retomada viria em 2024 e tudo indicava que podia ser duradoura. Esse prognóstico valia com uma condição —a de que haveria boas escolhas na política econômica por parte do novo governo. Entretanto os sinais que se acumulam são péssimos, em especial os que derivam da conduta temerária de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com declarações desastradas e acirramento de confrontos contraproducentes para sua própria gestão, o mandatário não parece perceber que mina as frágeis expectativas de melhora no médio prazo.

As críticas nada institucionais ao Banco Central e as ameaças de retrocesso em reformas e privatizações feitas nos últimos anos têm enorme impacto na economia, muito além do mercado financeiro —o vilão preferido do petista.

Lula busca bodes expiatórios e uma cobertura política para não ser responsabilizado pela perda de vigor econômico deste ano, mas poderá colher um resultado muito pior, sem ter a quem culpar depois.

Investimentos começam a ser adiados, concessões fundamentais para o avanço da infraestrutura atrairão menos interessados e empréstimos para famílias e empresas serão reduzidos.

Se um 2023 difícil está contratado, o grande risco para o governo é comprometer as chances melhores que estavam postas para os anos vindouros.

O presidente deveria fiar-se no apoio popular do início do mandato para efetuar os ajustes necessários. Fazer o contrário é elevar o risco de uma recessão em breve.

editoriais@grupofolha.com

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