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Política à brasileira

Há diferentes meios para a negociação de cargos e verbas, reprovada no Datafolha

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Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF) - Gabriela Biló/Folhapress

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É forte na sociedade a rejeição às negociações de cargos e verbas por parte do governo em troca de apoio no Congresso, que estão entre as características mais marcantes do presidencialismo brasileiro.

Os presidentes mais à direita eleitos desde a redemocratização, Fernando Collor e Jair Bolsonaro (PL), exploraram mais a fundo esse sentimento. Ambos iniciaram seus governos cortando ministérios e evitando nomeações políticas, mas acabaram se rendendo ao fisiologismo para proteger seus mandatos —o primeiro, sem sucesso.

À esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez lá seus ataques às barganhas e conchavos brasilienses durante as campanhas eleitorais, mas nunca tentou governar sem coalizões ampliadas. Em seus dois primeiros mandatos, colecionou não poucos escândalos relacionados à cooptação de partidos.

Não surpreende, nesse contexto, que 61% dos brasileiros aptos a votar considerem que Lula age mal ao distribuir postos na Esplanada e recursos do Orçamento para aprovar projetos no Congresso, como apurou pesquisa do Datafolha.

Em boa medida, no entanto, o petista faz o inevitável —o que não quer dizer que inexistam maneiras melhores e piores de fazê-lo.

Inevitável porque, dada a fragmentação do quadro partidário nacional, nenhuma força política chega perto de conseguir maioria nas duas Casas legislativas. O PT, por exemplo, tem apenas 68 dos 513 deputados (13,6% do total) e 8 dos 81 senadores (9,9%).

Tudo o que Bolsonaro conseguiu com a tentativa de ignorar a "velha política" foram recordes de medidas provisórias rejeitadas e vetos derrubados. Quando por fim decidiu aliar-se ao centrão, seu desgaste político provavelmente implicou custos mais altos, em cargos, verbas e poderes, para a aliança.

Reformas já em curso para incentivar a redução do número de siglas no Legislativo, como a cláusula de desempenho, tendem a facilitar a governabilidade a longo prazo. Enquanto isso, cumpre buscar os meios mais republicanos e eficientes de formar coalizões.

A experiência indica ser melhor firmar entendimentos em torno de programas de governo, compartilhando de fato decisões e resultados com os aliados, em vez de simplesmente distribuir pastas periféricas e procurar apoios no varejo.

Mais fácil falar do que pôr em prática, decerto. No caso de Lula, nem mesmo estão claros até aqui os rumos que pretende dar ao governo.

editoriais@grupofolha.com.br

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