Em defesa das cotas trans nas universidades brasileiras
'A universidade vai transicionar!', afirmam discentes e docentes trans
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No mês passado, o Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (Gemaa/Uerj), por meio de uma parceria com a revista "Gênero e Número", divulgou que, entre 2020 e 2021, de 106 universidades públicas (federais e estaduais), apenas cinco (Uneb, UEFS, UFSB, UFABC, UEAP) destinaram vagas na graduação a pessoas trans.
Em 2015, quando foi noticiado que eu me tornara a primeira travesti matriculada no curso de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mais do que um momento de celebração pessoal, aquela aprovação levantou um debate público sobre como a inexistência da nossa população nos bancos das universidades brasileiras foi naturalizada.
Essa situação tem sido transformada paulatinamente, à medida que mais travestis e transexuais demandam procedimentos que viabilizem seu acesso a esses espaços e a sua permanência neles.
Outrora presentes apenas em pesquisas etnográficas que aplicavam lentes exotificadoras quando observando nossos corpos e nossas existências, hoje reivindicamos a posição de produtores de conhecimento científico.
Iniciativas como o projeto Corpas Trans e Travestis, na USP, e o Núcleo de Consciência TRANS, na Unicamp, evidenciam como as presenças de discentes e docentes travestis e trans nas universidades brasileiras são pedagógicas. As políticas internas, assim como os currículos, são inquiridas pela agência coletiva desses sujeitos.
As cotas trans apresentam para as universidades brasileiras a possibilidade de estas também transicionarem. Apesar da violência que nos é dirigida, o nosso contra-ataque é generoso. As políticas afirmativas para pessoas trans, que devem ser expandidas para além das universidades citadas, têm a ver com a tarefa perene de lutar para que todas as pessoas tenham garantido o direito à educação.
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