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Mulheres à obra

Divisão de tarefas e creches são ações que aumentam a empregabilidade delas

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Mulheres trabalham na linha de produção de empresa de cosméticos, em Cajamar (SP) - Eduardo Knapp/Folha Imagem

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Revoluções nos costumes ocorridas desde os anos 1960 libertaram a mulher do jugo doméstico. Todavia a maternidade e o cuidado do lar ainda dificultam a inserção feminina no mercado de trabalho.

Segundo levantamento do DataSocial, laboratório da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, feito a partir de dados do IBGE, de 1,9 milhão de mães com três ou mais filhos de 0 a 15 anos, quase 798,2 mil (ou 40,69%) não tinham um emprego remunerado entre outubro e dezembro de 2022 por causa dos afazeres domésticos.

A diferença em relação aos homens é brutal: apenas 0,62% (11,9 mil) dos pais na mesma condição estavam fora da força de trabalho devido ao mesmo motivo. Também em casais com dois filhos ou só um o abismo se verifica, com 28,83% e 21,89% das mulheres ausentes do mercado, respectivamente, ante 0,45% e 0,55% dos homens.

Apresentava-se uma tendência de queda desde 2012. Mas a pandemia elevou os números, dado o aumento do desemprego e do desalento no mercado de trabalho.

A sociedade brasileira ainda destina o cuidado do lar e dos filhos às mães. O resultado é uma exaustiva jornada dupla de trabalho que leva muitas a desistirem da vida profissional. É necessária, portanto, uma profunda mudança cultural: homens precisam dividir as tarefas mais pesadas do lar.

A desigualdade revela-se até na legislação. Enquanto mulheres têm 4 meses de licença após o parto garantidos pela CLT, homens têm apenas 5 dias —na Suécia, primeiro país a oferecer licença-paternidade em 1974, casais recebem 480 dias que podem ser divididos igualmente, e cada parceiro pode doar 150 dias dos seus 240 ao outro.

Para diminuir as distorções, empresas aqui também podem oferecer licenças estendidas, jornadas mais flexíveis e auxílio-creche.

Este último ponto é fundamental. De acordo com o Censo Escolar de 2022, só 36% das crianças até 3 anos estão em creches —índice distante da meta de 50% em 2024 do Plano Nacional de Educação.
Fornecer uma rede pública de cuidado no início da primeira infância deve ser prioridade de uma política de Estado no Brasil.

Há benefícios em duas frentes: creches ajudam mulheres a participarem de modo mais igualitário no mercado de trabalho e contribuem para a formação cognitiva das crianças —o que melhora a aprendizagem no futuro, aumenta a produtividade e reduz desigualdades.

editoriais@grupofolha.com.br

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