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O que a Folha pensa Banco Central

O aviso do BC

Como aponta o órgão, queda dos juros a níveis adequados depende de metas fiscais

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Fachada do Banco Central, em Brasília (DF) - Antonio Molina/Folhapress

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O Banco Central confirmou as expectativas e cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A decisão unânime e a descrição do cenário por parte do Comitê de Política Monetária sugerem a continuidade desse ritmo nas próximas reuniões.

Em tese, pelas projeções divulgadas no comunicado, a redução da Selic pode ir até 9%, patamar que manteria a trajetória de convergência da inflação para perto da meta de 3% no ano que vem.

Entretanto há incertezas, talvez crescentes, que decorrem de fatores locais e externos.
Há progresso notável no controle da alta dos preços. A queda dos chamados núcleos do IPCA, indicadores das tendências do índice, tem sido consistente e sugere que a política monetária apertada está cumprindo seu papel.

Já a atividade econômica tem se mostrado resistente, com alta continuada nas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto neste 2023. No início do ano, elas rondavam 0,7%; agora, são 2,9%.

Se o PIB tiver expansão no terceiro trimestre, como apontam os primeiros dados relativos a comércio e serviços em julho, o avanço no ano poderá até ser maior. Certamente não é só a boa safra de grãos que justifica o desempenho. A forte expansão dos gastos públicos tem peso importante.

A continuidade da tendência do governo petista a gastar sempre mais, porém, dificultará o trabalho da política monetária e pode comprometer a atividade mais à frente.

Não por acaso, o BC apontou o risco de que o descumprimento das metas fiscais em 2024 eleve as pressões inflacionárias e o prêmio cobrado pelo mercado para a rolagem da dívida pública.

No exterior, da mesma forma, há dúvidas importantes que vêm se acentuando nos últimos meses. A força da economia americana e a alta dos preços de energia têm elevado os juros internacionais.

Embora o Fed, o banco central americano, tenha mantido os juros estáveis entre 5,25% e 5,5% ao ano, sua indicação para 2024 foi de menos cortes —em vez de 1 ponto percentual, apenas 0,5. Com isso o dólar voltou a se valorizar e houve queda nas Bolsas globais.

Maior restrição monetária no centro financeiro mundial aumenta a possibilidade de uma recaída recessiva, que pode atingir países em desenvolvimento.

Daí a necessidade de prudência na condução doméstica da política econômica, que deve levar em conta as grandes incertezas ainda existentes no cenário externo.

O melhor agora seria conter despesas públicas e assim oferecer mais espaço para que os juros do BC possam cair de forma sustentável. Taxas de 9%, afinal, ainda seriam demasiadamente altas.

editoriais@grupofolha.com.br

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