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O que a Folha pensa violência

Facções sem fronteiras

Urge ação regional para conter o crime organizado nas prisões da América Latina

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Agente do Exército vigia detentos em penitenciária do Equador após rebelião - EPA

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Entre 2010 e 2020, a população carcerária na América Latina aumentou 76%. Mas a mera prisão de líderes de facções não é suficiente para conter o crime organizado.

Presídios tornaram-se tanto refúgio para gangues, que conseguem controlar seus negócios ilegais a distância, quanto centro de recrutamento de novos membros. Presos são obrigados a fazer parte de uma facção para sobreviver à violência e a condições de vida sub-humanas no cárcere.

O caso mais recente e dramático é o do Equador. O país vive o acirramento da crise de segurança pública depois que Adolfo Macías, líder do grupo Los Choneros, fugiu da prisão no início de janeiro.

O episódio escancarou as teias de controle do sistema penitenciário pelo crime organizado e suas relações com o próprio Estado.

O fenômeno não se restringe ao Equador. No México, especialistas apontam que mais da metade das 285 penitenciárias do país são controladas por facções criminosas.

Dados do Ministério da Justiça brasileiro obtidos pela Folha mostram o avanço do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) em prisões de quase todos os estados do país.

O Paraguai, que em 2021 não estava entre os 15 primeiros países no Índice Global de Crime Organizado, passou a ocupar a 4ª posição em 2023 com a presença do PCC.

O crime organizado é uma atividade cada vez mais transnacional. O narcotráfico no Equador, por exemplo, é ligado a cartéis mexicanos, colombianos e dos Balcãs.

A desarticulação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) fez com que grupos dissidentes se espalhassem por outros países, como Venezuela e Brasil, e diversificassem seus negócios com investimentos no garimpo ilegal, o que tem levado ao aumento da violência na região amazônica.

A coordenação regional de esforços é, portanto, fundamental. Só prender facções tem sido inócuo.

É preciso compartilhar inteligência policial, combater as relações entre Estado e crime organizado, desmantelar mercados ilegais e, para evitar novos recrutamentos, reduzir o encarceramento de presos de menor periculosidade.

editoriais@grupofolha.com.br

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