Desmonetizar o PCC
Ao minar financiamento, inteligência é recurso mais eficaz para combater facções
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Há várias formas de enfrentar o crime organizado. Uma delas, menos eficaz, é a mais comum no Brasil: grandes operações policiais que visam intimidar facções. No geral, contudo, tais ações só elevam o risco de mortes pelas forças de segurança sem interferir muito na estrutura da atividade ilícita.
Outro modo é o uso de inteligência policial para desvendar movimentações financeiras e quebrar a teia de contatos que sustentam o grupo criminoso. Recentemente, articulações entre o Judiciário e as polícias no estado de São Paulo têm seguido nessa linha.
Em abril deste ano, o Ministério Público revelou indícios de ligação entre empresas de ônibus e a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), por meio da lavagem de dinheiro proveniente de roubos e do tráfico de drogas.
Outra operação deflagrada pelo Ministério Público no início deste mês procurou desmantelar o crime organizado atuante no centro da cidade de São Paulo.
Uma das marcas de atuação do PCC na capital paulista é a ocupação de instalações no entorno da cracolândia —hotéis, pensões, estacionamentos e ferros-velhos— que servem como base para a movimentação criminosa. Em vez de de apenas invadir esse locais e prender usuários, a proposta mais sensata foi a de atacar o ecossistema econômico que sustenta a facção.
Há também a penetração do crime organizado no Estado com o financiamento de campanhas eleitorais. Segundo o chefe de inteligência da Polícia Militar paulista, coronel Pedro Luís de Souza Lopes, investigações indicam que o PCC injeta dinheiro em candidaturas políticas em diversos municípios.
A influência insidiosa da facção vai além. Em abril, o Ministério Público apontou suposto esquema de fraude de licitações por agentes acusados de integrar o PCC.
Esses casos evidenciam a necessidade de ações sofisticadas para desmantelar o poderio do crime organizado. Só a inteligência das forças de segurança é capaz de desfazer os elos do PCC com empresas e o Estado. A força bruta, que contribui para a inaceitável letalidade policial no Brasil, até agora não obteve êxito nessa seara.
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