Siga a folha

Sem encontrar nome, Temer deslocará Jungmann da Defesa para Segurança

Expectativa do Palácio do Planalto é de que Jungmann seja bem aceito pelos governadores do país

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

Com dificuldades de encontrar um nome de peso, o presidente Michel Temer optou por uma solução caseira e deslocará o ministro da Defesa, Raul Jungmann, para o comando do novo Ministério da Segurança Pública.

O ministro foi cogitado desde o início, como mostrou a Folha, mas o emedebista ainda tinha a perspectiva de encontrar uma alternativa de fora, que não o obrigasse a ter de escolher um nome para o Ministério da Defesa, pasta considerada delicada.​

Como assumiu protagonismo nas discussões sobre o tema, a expectativa do Palácio do Planalto é de que Jungmann seja bem aceito pelos governadores do país e que facilite a aprovação da nova pasta, por meio de medida provisória, pelo Congresso Nacional.

O presidente chegou a avaliar os nomes do ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Beltrame e do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para a nova pasta, mas eles teriam demonstrado resistência. Agora, o presidente busca um nome de um civil para assumir definitivamente o Ministério da Defesa.

Neste momento, Temer deixará à frente do cargo, de maneira interina, o secretário-geral Joaquim Silva e Luna, general do Exército. A ideia é que ele seja trocado no futuro por um nome que não seja ligado diretamente a um dos pilares das Forças Armadas. O receio do presidente, caso mantivesse Luna, seria causar ressentimento junto à Marinha e à Aeronáutica.

ELEIÇÃO

Segundo a Folha apurou, na conversa que teve com Temer para fazer o convite, Jungmann se comprometeu a não deixar o cargo em abril para disputar as eleições deste ano. Ele chegou anteriormente a cogitar a hipótese de se lançar candidato a senador por Pernambuco ou pelo Rio de Janeiro.

​Em reunião na noite deste domingo (25), no Palácio do Jaburu, o emedebista decidiu que a nova pasta será criada por meio de uma medida provisória, não de um decreto. No encontro, o presidente ressaltou que o texto da medida provisória irá vincular à nova pasta o comando da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária, Força Nacional e do Departamento Penitenciário. 

Ao todo, além do posto de ministro, serão instituídos mais dez cargos: um secretário-executivo e nove assessores ministeriais. O restante será transferido do Ministério da Justiça. A criação da pasta faz parte de estratégia do presidente de se viabilizar eleitoralmente para uma reeleição neste ano. 

Uma pesquisa interna feita pelo MDB mostrou que a segurança pública é um dos temas que mais preocupam os brasileiros na disputa presidencial.

Com esse objetivo, a equipe de marketing do presidente pretende reforçar um perfil linha-dura, aproximando-o mais do campo da direita. A ideia é que ele apareça mais em fotos ao lado de soldados e generais e que adote um discurso mais enérgico. 

O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) disse que a escolha de Jungmann se deu pelo trânsito que ele tem entre governadores e as Forças Armadas.

“Jungmann trabalha com os dois lados. Já está participando de todo esse esforço de enfrentamento da questão segurança. Desde o início [do processo de intervenção federal do Rio], tem conversado com governadores e acompanhado o trabalho das polícias dos Estados, além de ter contado com as Forças Armadas”, disse Moreira. “Nas circunstâncias em que estamos, a Defesa é uma extensão dessa área”, completou o ministro.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas