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76% dos moradores do Rio dizem reprovar boicote ao jornal O Globo, diz Datafolha

Prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) decidiu não responder mais a perguntas de profissionais do jornal

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Rio de Janeiro

Três em cada quatro eleitores da cidade do Rio de Janeiro reprovam a decisão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) de não responder mais a perguntas de profissionais do jornal O Globo, de acordo com pesquisa feita pelo Datafolha.

Consideram que ele agiu mal 76% dos entrevistados pelo instituto. Para 19%, a atitude do prefeito foi correta; 5% não opinaram. Segundo o instituto, 46% dos entrevistados tomaram conhecimento da medida de Crivella.

O Datafolha entrevistou 872 pessoas com mais de 16 anos de quarta (11) a sexta (13) na cidade do Rio. A margem de erro da pesquisa, encomendada pela Folha e por O Globo, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Crivella anunciou que deixaria de atender a demandas de O Globo no dia 1º de dezembro. Nessa data ele sabia que, no dia seguinte, o jornal publicaria reportagem sobre uma investigação do Ministério Público estadual que o atinge. O órgão apura esquema de corrupção na prefeitura com base na colaboração premiada de um doleiro.

“O sistema de comunicação da prefeitura me fez um pedido que eu compreendi”, disse Crivella em redes sociais. “Eles estão indignados com O Globo, que não é jornal, não faz mais jornalismo. É um panfleto político, fazendo militância, tentando de todas as formas, através de ameaças e chantagens, que a prefeitura ceda às suas ambições de publicidade.”

No dia 3, ele impediu que dois profissionais do jornal participassem de entrevista coletiva sobre o Réveillon de Copacabana. Outros veículos do Grupo Globo, como TV Globo, GloboNews, site G1 e rádio CBN, decidiram não entrar na coletiva em solidariedade.

Na sexta (13), todos os veículos ligados ao Grupo Globo foram vetados em outra entrevista coletiva, que trataria da crise na saúde do município.

O Grupo Globo, em nota, classificou a atitude do prefeito como autoritária e antidemocrática.

“Dado o óbvio impacto na vida dos cariocas, o tema tem merecido ampla cobertura jornalística. Apesar da atitude autoritária e antidemocrática do prefeito, tudo o que de mais relevante tiver sido ali anunciado será noticiado”, afirma a nota. “O que importa para a TV Globo e para os demais veículos do Grupo Globo é manter o público bem informado. Manteremos esse compromisso.”

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) falou em “afronta ao princípio de publicidade da administração pública e à liberdade de expressão”. “De forma patética, o prefeito do Rio decidiu representar o papel de simulacro do simulacro”, disse o presidente Paulo Jerônimo de Sousa.

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