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Carreata em SP perde força, volta a atacar Doria e pede fim do isolamento social

Protesto neste sábado (25) reuniu menos manifestantes do que no fim de semana anterior

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São Paulo

Reduzida pela metade em relação às manifestações do fim de semana anterior, uma carreata neste sábado (25) em São Paulo voltou a pedir o impeachment do governador João Doria (PSDB) e o fim do isolamento social no estado.

Cerca de 50 carros e aproximadamente o mesmo número de motocicletas saíram da região do parque Ibirapuera (zona sul) às 14h30 e se deslocou até a avenida Paulista, na região central.

Os manifestantes, vestidos com as cores da bandeira do Brasil e estampas com o rosto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamavam Doria de “ditador” e “comunista” por implementar medidas de restrição a serviços não essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus.

Manifestantes fazem carreata contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na avenida Paulista neste sábado (25) - Bruno Santos/Folhapress

Um carro de som que conduzia os manifestantes era liderado pelo deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), do antigo movimento Direita São Paulo, atual Movimento Conservador, e integrantes de outros grupos aliados de Bolsonaro.

"A gente tem que derrubar o João Doria", gritava Garcia ao microfone, durante o percurso. "Ele colocou uma tornozeleira em cada um de nós. Tirou o nosso direito de trabalhar. Doria está soltando os bandidos e deixando o povo preso em casa."

Garcia dizia que o isolamento social proposto pelo governador se configura em crime de responsabilidade e daria motivo para a abertura de um processo de impeachment.

Ao chegarem à avenida Paulista, os manifestantes ocuparam faixas à esquerda da via. Ao contrário das manifestações dos últimos dias 18 e 19, não houve momento em que a avenida foi bloqueada.

Naqueles dias, a Polícia Militar, que acompanhou o trajeto da carreata dando escolta, não impediu que os veículos ocupassem qualquer espaço –com o tempo, a PM e os próprios militantes abriram uma via de escape, mas ali o trânsito também era lento.

Isso levou Doria a reforçar orientação à Secretaria da Segurança Pública de São Paulo para impedir que manifestantes fechem ruas e avenidas, como adiantou em entrevista à Folha.

O tucano pediu à população que faça manifestação pela internet durante a quarentena do coronavírus. “Não somos contra manifestações, somos democráticos, mas não façam isso de forma irresponsável nas ruas", disse Doria no última quarta-feira (22).

Dentro da Polícia Militar a fala de Doria foi uma surpresa, e havia uma preocupação de traçar novo plano para acompanhar a carreata deste sábado.

Das sacadas, algumas pessoas apoiavam o protesto, enquanto outros criticavam, com gestos de negativo. Em determinado momento, moradores da Paulista jogaram ovos no carro de som da manifestação.

A passeata ocorreu um dia após o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) deixar o governo Bolsonaro e acusar o presidente de tentar interferir em investigações.

Ainda assim, os manifestantes se posicionaram em apoio total a ele. “Tamo junto, presidente. O senhor nunca se envolveu em nenhum escândalo de corrupção”, disse um militante.

“Votamos em nosso presidente para que ele escolha quem ele quiser como ministro. Isso não é um motivo de discussão”, afirmou Giovani Falcone, 40, integrante do movimento Avança Brasil.

Ele defendeu o isolamento vertical, quando apenas grupos de risco —como idosos— ficam em isolamento.

Além do "fora, Doria", o movimento também criticou outros políticos, como o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O carro de som que comandou o ato ficou parado em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e, em determinado momento, os militantes chegaram a convocar o presidente da entidade, Paulo Skaf (MDB), para participar do protesto.

Os manifestantes pretendem voltar a se reunir nos mesmos locais neste domingo (26).

Em nota, o Governo de São Paulo afirma defender o direito à livre manifestação, mas lamentar "que ela seja a favor de uma pandemia que já matou, até o momento, 1.667 pessoas no estado."

"A manutenção da quarentena é essencial para que o sistema de saúde comporte a demanda de pacientes e não aconteçam ainda mais óbitos. A medida visa preservar o bem mais valioso, que é a vida", segue.

De acordo com o governo, um diálogo com setores produtivos está em curso para que as restrições de funcionamento sejam flexibilizadas "assim que for possível".

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