Moro receberá salário de R$ 22 mil do Podemos a partir de dezembro
Ex-juiz se filiou neste mês; outros pré-candidatos também recebem pagamento
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O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro, receberá um valor mensal bruto de R$ 22 mil do partido (R$ 15 mil com descontos). Até novembro deste ano, o ex-ministro da Justiça do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) era contratado pela consultoria norte-americana Alvarez & Marsal.
Nesta quinta-feira (2), o ex-juiz comparou o seu salário ao vencimento que Lula tem no PT.
"Escolhemos um vencimento junto ao Podemos, por uma posição de dirigente partidário, e é um valor menor do que ganha o candidato do PT, Lula", disse Moro, em entrevista à Rádio Jovem Pan Paraná. Em setembro, no podcast Mano a Mano, Lula disse que ganhava cerca de R$ 27 mil por mês do partido.
Moro ainda citou a aposentadoria recebida por Lula —por ser anistiado, e não por ser ex-presidente, como o político do Podemos chegou a dizer na entrevista— e as despesas pagas pela União a todos os ex-presidentes. Atualmente, segundo assessores, o valor bruto da aposentadoria dele é de R$ 10.354,12.
Outros pré-candidatos também recebem pagamento mensal pelos seus respectivos partidos. O PDT paga R$ 26,3 mil ao ex-governador Ciro Gomes (salário líquido de R$ 21,3 mil).
A remuneração de dirigentes partidários é permitida, seja com dinheiro público — recebido por meio do Fundo Partidário — ou privado — arrecadado em doações externas e contribuições de filiados.
Ex-juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato em Curitiba, Moro havia sido contratado como sócio-diretor da empresa de consultoria que tem como cliente o grupo Odebrecht, que foi alvo de decisões proferidas por ele enquanto exercia a magistratura.
A contratação pela empresa foi divulgada nas redes sociais pelo próprio Moro em novembro de 2020. "Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez & Marsal para ajudar as empresas a fazerem a coisa certa", afirmou o ex-ministro à época.
No início de novembro deste ano, porém, a Alvarez & Marsal anunciou oficialmente a rescisão do contrato com o político, alegando que "não mantém profissionais que tenham uma vida pública". Cerca de dez dias depois do comunicado da companhia, Moro se filiou ao Podemos.
Em junho de 2019, a Alvarez & Marsal foi nomeada pela 1ª Vara de Falências de São Paulo como administradora-judicial no processo de recuperação judicial da empreiteira. Pelos serviços prestados, a consultoria passou a receber cerca de R$ 1,1 milhão mensal pelo serviço.
Outras duas empreiteiras alvo de decisões do ex-juiz Moro (a OAS e a Queiroz Galvão) também chegaram a contratar os serviços da consultoria que viria a contratar o agora político.
Erramos: o texto foi alterado
O ex-presidente Lula não recebe aposentadoria por ser ex-presidente, mas uma pensão por ser anistiado político, diferentemente do publicado inicialmente neste texto
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