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Datafolha: 56% dizem nunca confiar em nada do que diz Bolsonaro

Índice dos que jamais creem nas declarações do presidente se aproxima do pico de 60% em dezembro

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São Paulo

Jair Bolsonaro (PL) se mantém na condição de presidente cujas declarações são tidas como nunca confiáveis pela maioria dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha desta semana. A parcela dos que dizem nunca acreditar nele chega a 56%, ante 53% em março, cenário considerado estável.

Ainda conforme o instituto, 26% respondem confiar às vezes e 17% sempre confiam; 1% não opinou. No levantamento anterior, o índice de crença parcial era de 29%. Os outros dois permaneceram iguais.

O ceticismo perene em relação ao atual titular do Palácio do Planalto é alimentado pelo próprio, que adotou uma conduta que inclui mentiras e disparates como estratégia para inflamar suas bases, fustigar rivais políticos e ganhar espaço na briga pela reeleição. Parte das falas é alvo de investigações.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursa no Palácio do Planalto - Sergio Lima - 25.mai.22/AFP

Bolsonaro é o segundo colocado na corrida presidencial, com 27% das intenções de voto, 21 pontos percentuais atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que possui 48%, de acordo com o Datafolha.

A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, na quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. O levantamento, contratado pela Folha, está inscrito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.

Bolsonaro já chegou a registrar um percentual de 60% de desconfiança plena sobre suas declarações, em dezembro de 2021. O sentimento arrefeceu depois disso, mas agora volta a se aproximar do pico.

O melhor desempenho do chefe do Executivo no quesito de confiança total desde o início do mandato foi em agosto de 2020, quando a taxa dos que diziam confiar sempre nele bateu 22%.

Os dados desta semana mostram que o descrédito do presidente é maior entre as mulheres (59% delas nunca confiam, ante 53% dos homens), pessoas com renda de até dois salários mínimos (60%), moradores do Nordeste (66%), católicos (61%), autodeclarados pretos (63%) e quem reprova o governo (91%).

O perfil dos mais incrédulos coincide com o de eleitores de Lula e vai na contramão dos estratos que dão a Bolsonaro suas maiores taxas de intenção de voto e de apoio à forma como ele governa.

Entre simpatizantes do mandatário, é superior a fatia dos que acreditam sempre nele. Estão nesse grupo: empresários (38% creem cegamente), pessoas com renda familiar superior a dez salários (33%), evangélicos (25%) e, como seria esperado, quem considera a gestão federal boa ou ótima (60%).

Na distribuição por faixa etária, está entre os jovens de 16 a 24 anos o maior índice dos que nunca confiam (58%). Já pessoas com 60 anos ou mais são as que exibem a maior crença absoluta (23%), embora nessa faixa a parcela dos que nunca confiam, de 54%, seja próxima da média geral.

Nas semanas que antecederam a pesquisa mais recente do Datafolha, o presidente voltou a levantar dúvidas, sem apresentar nenhuma prova, sobre as urnas eletrônicas e insinuou que o pleito pode ser conturbado, em ameaça velada de golpe para contestar o resultado caso perca.

Por causa da suspeita de espalhar notícias falsas sobre o sistema de votação, ele é alvo de investigações da Polícia Federal e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Bolsonaro também é investigado pela PF no caso da ilação de que vacinas contra a Covid-19 estariam relacionadas à transmissão do HIV, o que é desmentido pela comunidade científica e médica. A afirmação se somou a outros episódios de desinformação perpetrados por ele contra a imunização.

O presidente também costuma entrar em contradição. Nesta quinta-feira (26), disse que mal conhece Daniel Silveira (PTB-RJ), deputado bolsonarista a quem ele concedeu um indulto após o parlamentar ser condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O caso foi amplamente explorado pelo presidente e seus apoiadores, que usaram o perdão para difundir a bandeira da liberdade de expressão. O mandatário chegou a fazer um evento oficial no Palácio do Planalto que teve sua conquista como pano de fundo. Ele próprio recebeu Silveira na ocasião.

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