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Descrição de chapéu Eleições 2022

Bancada evangélica não cresce como esperado e deve ser 20% da Câmara

Meta era se aproximar do tamanho proporcional dos evangélicos na população do país, hoje estimada em 30% dos brasileiros

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São Paulo

A bancada evangélica identificou 102 deputados federais e 13 senadores que devem engrossar suas fileiras na próxima legislatura.

Isso equivale a 20% da Câmara e 16% do Senado. O número fica aquém dos 30% de parlamentares que o presidente do bloco, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vislumbrou alcançar nesta eleição, quando a Folha conversou com ele no começo do ano.

A meta era se aproximar do tamanho dos evangélicos na população, estimado nesses 30%.

Membro da igreja de Silas Malafaia, Sóstenes diz que o grupo deverá ter tamanho similar ao da atual bancada e aponta motivos para a frente não ter crescido.

O deputado afirma que este pleito elegeu muitos bolsonaristas, parcela que será conservadora e de direita, mas não é evangélica. Ainda. Um projeto pessoal que ele tem, conta, é evangelizar colegas para que eles se convertam à sua fé.

Deputado Sóstenes Cavalcante, líder da bancada evangélica - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Carla Zambelli (PL-SP) é um exemplo. Ela tinha migrado do catolicismo para o evangelicalismo, mas em agosto contou à Folha que ainda estava na dúvida. "Sofri um baque nesta semana, conheci a imagem da Nossa Senhora que chora."

Sóstenes afirma que conversou com a parlamentar na terça (4) e lhe disse que ela teve "um encontro com Cristo". A conversão, explicou, era um processo. "Estou a ajudando a definir o que o coração dela quer."

O líder da bancada vê outro empecilho para a dilatação do bloco: a pulverização de candidaturas evangélicas, em parte puxada por presidentes de partidos que colocaram para jogo eleitoral nomes sem grandes chances de ganhar. Esses candidatos, contudo, tiveram sua cota de eleitores, o que colaborou para drenar a votação de quadros religiosos mais fortes, que acabaram não entrando.

A nova Frente Parlamentar Evangélica ganhará adesões de peso, como Nikolas Ferreira (PL-MG), que aos 26 anos virou o recordista de votos para a Câmara no país todo. A juventude evangélica e bolsonarista também será representada por André Fernandes (PL-CE), de 24 anos.

Há pelo menos cinco nomes da esquerda que espelharão a minoria progressista da religião. Duas são deputadas reeleitas do PT, Rejane Dias (PI) e Benedita da Silva (RJ). Aumentam o time André Janones (Avante-MG), Marina Silva (Rede-SP) e o pastor Henrique Vieira (PSOL).

A bancada do ano que vem ainda pode encolher ou crescer. Alguns dos eleitos, por exemplo, têm a candidatura sub judice. Sóstenes também lembra que sua equipe ainda não fechou o balanço. Podem surgir novatos que são evangélicos e eles ainda não sabem.

Há estados com metade dos escolhidos nas urnas que se declaram evangélicos, caso de Roraima e Amazonas, segundo o deputado. Outros não têm nenhum nome até o momento, como Rio Grande do Norte.

Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES) são alguns dos evangélicos que terão cadeira no Senado.

Ela era assessora parlamentar de Malta, ex-senador que agora volta ao posto. Quando ganhou o cargo de ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cobiçado por Malta, foi acusada por pares cristãos de traição. Os dois, agora, voltam ao Congresso como colegas.

Sóstenes define Malta como "nosso pit bull".

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