Protesto no Recife não foi convocado por Lula, ao contrário do que afirma post
Vídeo foi gravado durante manifestação contra reintegração de posse de prédio no centro da cidade
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Post com vídeo de protesto no centro do Recife engana ao associar a manifestação ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As imagens são reais e foram gravadas em 13 de outubro, mas a legenda, que diz que "recentemente o molusco convocou sua tropa para voltar a queimar pneus e fazer ocupações no campo e na cidade", é falsa. O áudio que acompanha o post também mente ao afirmar que é o "pessoal do PT".
O protesto mostrado no vídeo é, na verdade, de manifestantes que protestavam contra a reintegração de posse do prédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no cruzamento da Avenida Martins de Barros e a Rua do Imperador, ocupado desde 2021 por famílias ligadas ao MLRT (Movimento de Luta e Resistência pelo Teto). A bandeira da organização social, inclusive, aparece nas imagens do post falso.
O ato foi organizado porque, após 31 de outubro deste ano, o governo federal poderá realizar a reintegração de posse. Medida assinada por Luís Roberto Barroso, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu despejos e desocupações até o fim de outubro deste ano devido à pandemia. No entanto, as autoridades ainda não responderam para onde as famílias serão levadas após a data.
O vídeo aqui verificado desinforma ainda ao retirar de contexto uma declaração de Lula sobre queimar pneus. A afirmação foi feita em discurso para apoiadores em 2018, antes de ele se apresentar à Polícia Federal para cumprir o mandado de prisão, e não recentemente, como sugere o post.
Apenas no perfil do senador Flávio Bolsonaro (PL) no Instagram, o post com conteúdo falso foi visualizado mais de 2,8 milhões de vezes.
A assessoria de imprensa do PT disse que "infelizmente, o bolsonarismo tem poluído e jogado baixo no debate público, com fake news em série para difamar Lula, seus apoiadores e eleitores e o próprio debate público brasileiro".
Procurados, o INSS e o coordenador do MLRT não responderam até a publicação deste texto.
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