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Salles recua após 4 meses e se lança de novo na disputa para Prefeitura de SP

Deputado do PL quer ocupar vácuo na direita com aval de Bolsonaro, mas esbarra em Valdemar

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São Paulo

O deputado federal bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP) diz que voltou à disputa pela Prefeitura de São Paulo, quatro meses após anunciar que havia desistido de ser candidato.

Nesta terça-feira (3), ele publicou "back to the game" (de volta ao jogo, em inglês) nas redes sociais. A decisão vem após um encontro de Salles com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo aliados do deputado, deu o aval para que ele retorne à cena eleitoral.

O deputado bolsonarista Ricardo Salles, relator da CPI do MST na Câmara - Pedro Ladeira/Folhapress

Na avaliação do entorno de Salles, ficou claro que o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que estabeleceu uma relação morde e assopra com Bolsonaro, tinha apenas a intenção de usar a direita bolsonarista, algo que incomoda o ex-presidente.

Por um lado, Nunes quer o apoio do ex-presidente para evitar que os bolsonaristas tenham um candidato próprio. Por outro, a participação de Bolsonaro em sua campanha pode afastar eleitores —o Datafolha mediu que 68% não votam em um nome indicado por ele.

O obstáculo para Salles, contudo, é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que defende a aliança do seu partido com Nunes e que já foi duramente atacado pelo deputado. Mesmo aliados de Salles afirmam que o parlamentar errou ao romper dessa maneira com Valdemar.

Quando desistiu de concorrer, em junho, Salles afirmou que "o centrão ganhou e a direita perdeu". Na época, ele publicou ainda que "quem com os porcos anda, farelo come".

Os ataques de Salles a Valdemar seguem constantes. Na última sexta (30), ele publicou uma notícia sobre o apoio do líder do PL a Flávio Dino (PSB) na vaga para o STF (Supremo Tribunal Federal) e comentou: "Está no DNA, não adianta...".

Caso não tenha o apoio do PL para concorrer, Salles quer que o partido permita que ele se desfilie sem perder o mandato e se lance por outra legenda menor.

Nos últimos meses, Salles se dedicou à CPI do MST, da qual foi relator. A CPI, no entanto, terminou sem que o relatório fosse votado.

Em agosto, a primeira pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo indicou que Guilherme Boulos (PSOL) tem 32%, ante 24% de Nunes. Em seguida aparecem Tabata Amaral (PSB) com 11% e Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Entusiastas da candidatura de Salles dizem acreditar que Nunes não é viável e acumula uma série de problemas, o que facilita uma vitória de Boulos.

Para eles, há espaço entre o eleitorado de direita desde que Salles faça uma campanha equilibrada e demonstre uma visão empreendedora e séria, sem descambar para radicalismo e "gestos de arminha".

Apesar de carregar o DNA bolsonarista, Salles tenta fugir da pecha de radical e quer apostar em sua experiência administrativa para concorrer. Além da contestada gestão no Ministério do Meio Ambiente, Salles foi secretário estadual em São Paulo no governo Geraldo Alckmin (PSB).

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