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Gleisi vê PL irresponsável com bolsonaristas no comando de comissões e minimiza prejuízo

Presidente do PT afirma que propostas prioritárias do governo estão tramitando fora dos colegiados da Câmara

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Brasília

Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) disse nesta quinta-feira (7) que foi uma grande "irresponsabilidade" do PL indicar os deputados federais Caroline de Toni (PL-SC) e Nikolas Ferreira (PL-MG) respectivamente para os comandos das comissões de Constituição e Justiça e de Educação da Câmara.

Gleisi criticou o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), por não ter buscado uma mediação nesse processo. Por outro lado, afirmou que o governo do presidente Lula (PT) não será prejudicado, argumentando que as pautas prioritárias não estão tramitando nas comissões da Câmara.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann - Pedro Ladeira - 4 mar.24/Folhapress

"Eu acho que foi uma irresponsabilidade do PL indicar pessoas desse nível, como um mal-educado para presidir a Comissão de Educação [Nikolas Ferreira]. Isso depõe contra a Câmara, depõe contra o PL, depõe contra as instituições. Só tenho a lamentar, não tem como intervir", afirmou a parlamentar.

Ao chegar para cerimônia no Palácio do Planalto, Gleisi ainda acrescentou que Nikolas não tem capacidade de elaborar uma pauta de projetos para a comissão. "Eu acho que o presidente da Casa deveria ter tentado fazer isso [intervir], mas a Câmara vai pagar um preço. Não somos nós, não. É a Câmara como instituição que vai pagar", completou.

Nesta quarta (6), a deputada federal bolsonarista Caroline de Toni foi eleita presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, num revés para o governo Lula. Foram 49 votos favoráveis e 9 brancos.

A CCJ é a principal comissão da Casa, uma vez que todos os projetos tramitam por ali. Em seu segundo mandato, Caroline é da ala mais bolsonarista do PL e ao longo de 2023 fez diversas intervenções contra o governo petista.

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, também indicou Nikolas para comandar a Comissão de Educação da Câmara. Ele foi eleito com 22 votos favoráveis e 15 em branco —e sob protestos de parlamentares da esquerda.

Nikolas é um dos nomes mais ativos da oposição ao governo Lula na Casa. Ele foi o deputado federal mais votado em todo o país nas eleições de 2022, com 1,49 milhão de votos.

Gleisi buscou minimizar eventual prejuízo para o governo do presidente Lula. Defendeu que as propostas prioritárias do governo estão tramitando na Casa em regime de urgência, o que significa que elas não tramitam pelas comissões temáticas e estão sendo votadas diretamente em plenário.

"Os projetos principais do governo não têm tramitado pelas comissões. Aliás, nenhum deles. É só vocês analisarem que as comissões estão esvaziadas. Todos os projetos principais estão em regime de urgência para plenário. Nem a CCJ tem cumprido o seu papel de fazer uma análise mais profunda de projetos. O que tem ficado nas comissões são projetos que interessam mais aos deputados", afirmou.

Ela ainda voltou a criticar os parlamentares bolsonaristas que vão presidir as comissões, afirmando que eles apenas vão ficar "fazendo discurso, convocação [de autoridades], bagunça, que é o que eles sabem fazer".

"O governo vai seguir, não vai depender do presidente da comissão de educação, imagina, nem CCJ. Vai seguir a vida. O problema é que isso depõe contra casa, é isso que não se entendeu ali [na escolha], é ruim para a câmara. O parlamento já tem uma avaliação negativa na sociedade, uma avaliação baixa, aí coloca pessoas nesse nível, dessa qualidade, que não têm não preparo, não tem estatura", completou.

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