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Ciro diz que senadora fez 'serviço particular' para ministro, e parlamentar promete processá-lo

Janaína Farias (PT-CE), suplente de Camilo Santana no Senado, afirma que 'misoginia é uma característica' de ex-governador

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Rio de Janeiro

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes afirmou em entrevista que a senadora Janaína Farias (PT-CE) faz "serviço particular" de "harém" para o ministro Camilo Santana (Educação).

Janaína Farias foi empossada no Senado na terça-feira (2), substituindo Augusta Brito (PT-CE), licenciada do mandato por quatro meses para atuar como secretária de Articulação Política no Governo do Ceará. Janaína é a segunda suplente, Augusta Brito a primeira, da vaga de Camilo Santana, ministro da Educação do governo Lula (PT).

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes, durante campanha para as eleições presidenciais de 2022 - Stephan Eilert/AFP

A senadora afirma que vai processar Ciro Gomes.

"É lamentável que esse tipo de agressão a uma mulher ainda persista na política cearense. Mas a baixaria e a covardia parecem ser uma característica na trajetória deste político", afirmou a senadora, em resposta enviada pela equipe de comunicação à reportagem.

"Infelizmente, todos sabem que misoginia é uma característica deste senhor e que deve ser motivo de repúdio por toda a sociedade."

Em entrevista ao portal A Notícia do Ceará na quinta-feira (4), Ciro comparou Camilo Santana ao imperador romano Calígula, a quem é atribuída a história de ter empossado um cavalo como senador em Roma.

"Esse cara [Calígula] estava tão poderoso, tão sem contraste, como infelizmente parece que o Camilo está se vendo, que para humilhar o Senado ele nomeou o próprio cavalo de senador. Mal comparando —não é um cavalo, estamos falando de uma pessoa, portanto—, eu pergunto, com todo respeito: qual é a obra, a realização, o preparo, que Janaína tem para ser senadora da República?", afirmou.

"Ela só fez serviço particular do Camilo, e serviço particular, assim, é o harém, são os eunucos, são as meninas do entorno. Ela sempre foi encarregada desse serviço."

Senadora empossada Janaína Farias (PT-CE) em discurso na tribuna do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado

Na mesma entrevista, Ciro Gomes nega que as falas sejam machistas, menciona supostas ligações da família de Janaína Farias com o crime organizado do Ceará e disse estar arrependido de ter um dia sido aliado de Camilo Santana.

O diretório estadual do PT divulgou nota em que chama de "repugnantes e inaceitáveis" as declarações do ex-governador.

"Isso demonstra claramente a dificuldade do senhor Ciro em aceitar mulheres no poder e sua falta de compromisso com uma sociedade que demanda cada vez mais representação, voz e vez para as mulheres".

O PDT do Ceará rebateu o PT com outra nota. O partido prestou solidariedade ao ex-governador, a quem chamou de "vítima de acusações levianas e infundadas".

O diretório estadual do partido de Ciro mencionou a ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza. Ela disputa a vaga do partido e tem reclamado que está sendo preterida.

O PDT do Ceará disse, na nota pública, que o PT estadual "silencia sobre a violência e o massacre" que a direção do partido impõe sobre Luizianne.

Além de Luizianne, outros quatro nomes disputam a vaga do PT para a prefeitura da capital cearense, entre eles o deputado estadual Evandro Leitão (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Ceará e figura próxima ao senador Cid Gomes (PSB-CE).

Ciro Gomes já foi acusado de falas machistas em outras ocasiões. Na mais famosa, durante campanha presidencial em 2002, o então candidato disse sobre a então esposa, a atriz Patrícia Pilar: "A minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. Dormir comigo é um papel fundamental".

Nas eleições de 2022, a atriz afirmou ter perdoado o ex-governador já naquela época, quando ele "imediatamente pediu desculpas".

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