Fato um: a era petista desfraldou no país a bandeira do apartheid social, cuja cor vermelha, com o lema "nós e eles", composto por Lula ainda nos tempos do estádio da Vila Euclides, no ABC paulista, pode ser lido como "os bons e os maus", "oprimidos e opressores", "elite e massas trabalhadoras".
A saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão e seu discurso em defesa de um protagonismo do PT aprofundou o fosso entre os principais partidos de esquerda e tornou ainda mais distante um possível cenário de unificação de candidaturas nesse campo já nas eleições de 2020.
O PDT (Partido Democrático Trabalhista) decidiu nesta sexta-feira (22), no Rio de Janeiro, extinguir os processos abertos contra quatro dos oito deputados federais da legenda que votaram a favor da reforma da Previdência.
Professor da Universidade Harvard (EUA), Roberto Mangabeira Unger, 72, viu dois projetos de poder ascenderem em seu Brasil natal nas últimas décadas -e não concorda plenamente com nenhum deles.
Sentado ao lado de Caetano Veloso em uma das salas da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, o filósofo Roberto Mangabeira Unger cita o nazismo para falar da política cultural do governo Bolsonaro. "Goebbels, o ministro de cultura e comunicação de Hitler, disse: 'quando ouço a palavra cultura, eu pego o meu revólver'. É isso o que estão pretendendo agora com o Brasil", diz.