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Justiça de SC censura reportagem do Metrópoles a pedido de Luciano Hang

Site revelou existência de grupo no WhatsApp em que houve defesa de golpe de Estado em 2022

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Rio de Janeiro

A Justiça de Santa Catarina determinou a exclusão de uma reportagem do portal Metrópoles que revelou, em agosto de 2022, a existência de um grupo de WhatsApp de empresários bolsonaristas no qual houve defesa de golpe caso o hoje presidente Lula (PT) vencesse as eleições daquele ano.

A ação foi ajuizada pelo empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

O empresário Luciano Hang, dono da Havan - Folhapress

A decisão, assinada no dia 5 de junho pelo juiz Gilberto Gomes de Oliveira Júnior, da 1ª Vara Cível de Brusque, condena ainda o portal e o colunista Guilherme Amado ao pagamento de R$ 5.000 por danos morais.

A reportagem procurou representantes da defesa do Metrópoles por mensagens e ligação, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. Em nota publicada no site, o portal afirma que irá recorrer da decisão.

Também procurada, a defesa de Hang não respondeu às mensagens e ligações.

Na decisão, o juiz afirmou que Hang "foi lesado quando foi ofendido em sua honra" ao atribuírem ao empresário a prática de ato antidemocrático. O magistrado escreveu ainda que "os comentários foram abusivos e totalmente deliberados".

"Embora a liberdade de opinião e de expressão seja protegida, o mesmo não acontece quando a informação não é verdadeira ou quando há excesso no emprego das palavras."

A revelação da troca de mensagens privadas em 2022 resultou em mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal contra os empresários após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de Hang, dono da Havan, estavam no grupo "Empresários & Política" os empresários José Isaac Peres (Multiplan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Bandeira (Coco Bambu).

A decisão de autorizar buscas gerou atritos entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Judiciário. À época, além das buscas, Moraes determinou que os empresários fossem ouvidos pela PF e pediu ainda o bloqueio de suas respectivas redes sociais. A operação irritou o ex-procurador-geral da República Augusto Aras e gerou questionamentos de advogados.

Moraes determinou o arquivamento da investigação, em 2023, por ausência de justa causa.

Numa das mensagens, o empresário José Koury dizia preferir um golpe à volta do PT e que "ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil" caso o país virasse uma ditadura.

André Tissot dizia nos diálogos que o golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. "[Em] 2019 teríamos ganhado outros dez anos a mais", afirmou.

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