Siga a folha

Descrição de chapéu
Datafolha Eleições SP

Datafolha dá alívio a pesadelo de Lula

Marçal foi atingido, mas ainda não morreu; ala do PT se volta contra Fernando Haddad

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

José Luiz Portella

Engenheiro civil, é doutor em história econômica pela USP, onde faz pós-doutorado em sociologia. Atua como pesquisador do IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados) e é professor de pós-graduação

Datafolha: Nunes 27%, Boulos 25%, Marçal 19%.

Lula desperta do pesadelo: por ora, Boulos não será repelido no primeiro turno.

Procurou Marta para entender qual o fardo que impedia Boulos de decolar.

Agora, respirou na secura. O sufoco deu trégua. Marçal estiolou.

Lula (PT) entre Marta Suplicy (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) em comício na zona sul de SP - Folhapress

No grupo mais à esquerda do PT, vinculado a Gleisi Hoffmann, o coro passou do sussurro ao grito reservado, atormentando o sono de Lula. Acusa Fernando Haddad de haver iniciado a implosão em cascata. Egocêntrico, Haddad errara na origem, convencendo Lula a guindar Alckmin à Vice-Presidência, além de efetuar acordo precoce e temerário com Boulos, para afastá-los da disputa e se eleger governador em 2022. "Deu ruim".

Taxadd, para esse grupo, virou Erradd. Aquele que engambelou Lula paramentado de "primogênito político". Há muita resistência a tal predileção. A queixa: Haddad articula sempre em proveito próprio, e mal. Seria um Pedro Malasartes do romance de José Vieira.

Um espectro passou a rondar o Alvorada à noite: a decapitação de Haddad, "herdeiro político".

Lula pode ser soberbo, mas não é ingênuo, colocou-se na busca por explicação junto a Marta e outros próceres do PT mais velho de guerra.

Declarou o temor: o possível fracasso de Boulos enterrando 2026. A eleição em São Paulo ganhou proeminência.

Além do fantasma de Boulos, Lula foi alertado pela ala anti-Haddad que a "cenoura" que lhe ofereceram para compensar o "chicote" do aumento da taxa Selic não será entregue.

A promessa de duas das mais importantes figuras econômicas governamentais foi: "deixa aumentar juros, acalmamos o mercado, o câmbio não dispara (único pavor de Lula: o custo do dólar) e aí poderemos começar a baixar a Selic em junho de 2025, a tempo de crescer economicamente em 2026".

Lula resmungou: "Se tiver que aumentar, aumenta". O mercado não digeriu por completo. Existem pormenores conflitivos. Há muitas controvérsias. Pode dar em Tombini, que prometeu parar em 8,75% e acabou em 14,25%.

Lula geme.

Boulos patina desde o início e nem o "café com o presidente" nem a herança de Marta, e o horário político, haviam assegurado-lhe no segundo turno sem susto.

Mais: o receio atual é de que o voto útil aspirado de Tabata e Datena sufrague Marçal, só para preparar um velório de Lula com corpo presente. Marçal foi atingido, ainda não "morreu".

Do lado de Boulos, a plateia "psolista" relembra que a leniência de Lula com a Venezuela, o aparelhamento petista do Estado, a condescendência com o ministro Juscelino e centrão, a quebra do discurso de campanha de "união e pacificação", o dito "cambalacho" com as emendas Pix têm pesado no fardo. A inação diante das queimadas também.

Durma-se com um barulho desse.

Lula ganhou mais cinco minutos de sono.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas