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Tabata Amaral é alvo de campanha de desinformação que a compara a criadora de conteúdo adulto

Candidata afirmou que avisará autoridades sobre conteúdos difamatórios

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São Paulo

Publicações associam falsamente duas imagens de uma criadora de conteúdo adulto a Tabata Amaral, candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB. As fotografias foram editadas, conforme apontam especialistas consultados pela reportagem.

As imagens, verificadas pelo Comprova, mostram uma mulher em poses eróticas e trazem na legenda uma minibiografia da candidata do PSB, considerando-a uma "politóloga" —termo para identificar especialistas em ciências políticas ou em política em geral. O texto afirma, ainda, que Tabata é "ativista pela educação".

Em outra publicação, o autor garante que "vazaram" fotos de Tabata e questiona se os usuários do X votariam nela —editores do Comprova que moram na Alemanha e na França conseguiram acessar a rede, suspensa no Brasil.

A equipe de Tabata Amaral informou que serão protocoladas ações legais contra os autores das postagens. "[Entraremos com] uma notícia crime alegando fato sabidamente inverídico e difamação, além de violações do código penal também e o pedido de remoção da postagem", afirmou o gabinete da candidata.

O jornalista Brunno Sartori, especialista em deepfake (técnica que consiste em alterar vídeo ou foto com ajuda de inteligência artificial), editores de fotografia da Folha e um especialista em segurança da informação do jornal A Gazeta, além do diretor de arte do Comprova, avaliam que as imagens foram manipuladas. Contudo, eles não puderam afirmar se a edição foi feita pela criadora de conteúdo adulto, apenas para tratamento, ou se foi realizada para inserir o rosto de Tabata.

Sartori usou ferramentas como a Winston AI, que detecta sinais de inteligência artificial em imagens e mostrou que 99% de uma das fotos tem origem em artifícios de IA. Ele identificou traços de manipulação, como é possível ver nas imagens abaixo:

Detalhes de foto manipulada - Reprodução

"Há diferença de nitidez dos fios do cabelo. Isso é indicativo de que houve manipulação. Os cantos da boca se formam de um jeito totalmente estranho", disse Sartori.

Na mesma linha, Gilberto Sudré, colunista da TV Gazeta e da CBN Vitória, também identificou traços de manipulação, a partir da ferramenta Foto Forensics. "O software que usei faz um teste chamado nível de erro, que identifica exatamente essas diferenças entre a foto original e a editada. Está um pouco mais clara exatamente onde foi inserida a imagem nova, ou seja, tem uma parte da imagem que foi compactada duas vezes e uma parte da imagem que foi compactada uma vez."

Foto Forensics mostra sinais de manipulação em imagem - Reprodução

A equipe de fotografia da Folha também analisou uma foto e constatou indícios de manipulação, como um blur (desfoque) na região do buço e a falta de sombra ao lado do nariz.

A reportagem contatou os autores das publicações. Um deles, no entanto, limita o envio de mensagens diretas para usuários do X Premium —ou seja, apenas usuários desse grupo podem enviar solicitações para pessoas que não os seguem.

No entanto, o autor em questão comentou o assunto após um usuário afirmar, na publicação, que não se tratava de Tabata, e sim de uma criadora de conteúdo adulto. O autor do post, então, respondeu: "Eu não disse que era ela (nem desdisse) [sic]".

O autor de outra postagem foi contatado via mensagem direta, mas não respondeu até a publicação deste texto.

A reportagem tentou contato com a mulher que aparece nas fotos, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

POR QUE INVESTIGAMOS

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por A Gazeta, CNN Brasil e O Povo e publicada em 13 de setembro pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Metrópoles, Estadão, Imirante, NSC e Nexo.

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