Tabata registra queixa-crime na Justiça por deepfake eleitoral com poses sensuais

Candidata diz que não deu 'um segundo de atenção para essas imagens' e que tem recebido ameaças por telefone e email

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São Paulo

A campanha de Tabata Amaral (PSB) anunciou que apresentou queixa-crime à Justiça Eleitoral por causa da propagação de montagens com o rosto da candidata à Prefeitura de São Paulo.

As imagens modificadas, também chamadas de deepfakes, foram criadas com inteligência artificial e mostram Tabata em corpos com poses sensualizadas.

Na tarde desta sexta-feira, a candidata disse que as imagens são produzidas no intuito de desmoralizar e desincentivar a sua campanha eleitoral.

Tabata Amaral (PSB) durante debate promovido pelo Estado de S Paulo e Terra em meados de agosto
Tabata Amaral (PSB) durante debate promovido pelo Estado de S Paulo e Terra em meados de agosto - Bruno Santos 14.ago.2024/Folhapress

"Sou muito mais forte do que algumas pessoas pensam e nem dei um segundo de atenção para essas imagens", afirmou durante feira promovida pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

"Eu não sei quem foi que produziu as imagens, não posso fazer uma acusação sem prova. Espero que a Justiça nos próximos dias possa dizer quem é que fez as imagens e possa penalizar", disse.

Ela que também declarou que tem sido alvo de outros tipos de violência, como ameaças por telefone e por e-mail e acredita que o intuito seja que ela desista da candidatura.

"Acham que a gente vai baixar a cabeça. São algumas armas que alguns adversários sujos usam porque não conseguem olhar para mulheres fortes como a gente, que vêm disputar com base em projeto, preparadas, com firmeza e com coragem", disse Tabata.

A reportagem teve acesso a queixa-crime em que a equipe de Tabata incluiu ao menos duas imagens da candidata que foram modificadas e divulgadas no X (ex-Twitter) e em um fórum. Em um dos posts, a imagem é acompanhada pelo comentário de um usuário que diz "o que a Tabata Amaral não faz para ganhar um eleitor".

A equipe jurídica alega que as imagens são produzidas por deepfake e afirmam que "Tabata foi vítima de peças de desinformação produzidas com recursos gráficos destinadas tão somente a aviltar sua honra e disseminar mentiras entre os eleitores de São Paulo".

A equipe solicita que a Justiça notifique os provedores responsáveis pelas imagens e que, se for comprovada a autoria do crime, ofereça denuncia contra os responsáveis. Também solicita a instauração de um inquérito policial para apuração dos fatos.

De acordo com uma reportagem divulgada pelo projeto Comprova, coalização de checagem da qual a Folha faz parte, as publicações mentem ao compartilhar imagens de uma criadora de conteúdo adulto e associá-las a Tabata. Ainda segundo especialistas, o material sofreu edição.

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