Siga a folha

Descrição de chapéu tecnologia Apple

Tecnologia por assinatura cresce na pandemia e vira opção para empresas em transição digital

Aluguel de equipamentos de TI deve crescer 21% em 2022, segundo consultoria

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A digitalização promovida pela pandemia, o câmbio desvalorizado e a escassez de microchips estimularam o aluguel de aparelhos eletrônicos nos últimos dois anos.

O modelo Hardware as a Service (HaaS) permite que pessoas e empresas tenham acesso a celulares, computadores, impressoras, servidores e afins mediante um pagamento mensal, como num serviço de streaming.

Empresas voltam a ocupar os escritórios, agora no modelo híbrido - Eduardo Knapp/Folhapress

De acordo com a consultoria IDC, o mercado de computadores por assinatura deve movimentar mais de US$ 100 milhões (R$ 525 milhões) no Brasil em 2022, um crescimento de 21% em relação ao ano passado.

Em 2019, 700 mil dispositivos estavam no mercado sob esse tipo de contrato. Hoje, o número se aproxima de 1,1 milhão.

A última pesquisa TIC Empresas, realizada em 2019 pelo Cetic.br, mostra que 56% das empresas terceirizaram infraestrutura de TI naquele ano. Ou seja, o aluguel de equipamentos já tinha espaço no mercado mesmo antes da pandemia, mas as transformações ocorridas no período impulsionaram esse segmento.

"É um mercado que vem tomando corpo, e os fabricantes se preocupam muito com isso. Cada vez mais empresas estão nesse mercado. Não só vemos novos entrantes pequenos, como os grandes estão ficando mais representativos e estruturados", disse Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa da IDC Brasil.

Por conta da pandemia, pequenos e médios negócios precisaram se digitalizar para dar continuidade às operações. Com o HaaS, muitas dessas empresas puderam ter acesso às tecnologias necessárias por um investimento inicial menor.

Uma das principais vantagens da adoção do modelo, segundo especialistas, é a possibilidade de pagar menos por uma atualização quase imediata dos dispositivos. Os contratos, que geralmente abrangem seguro e manutenção dos equipamentos, ainda ajudam no caixa das empresas ao substituir despesas de capital (incluindo a depreciação) por despesas operacionais.

Há também a redução de custos indiretos, como o processo de compra, e custos com estoque e armazenagem.

"Além de ser um investimento mais inteligente, a locação de equipamentos libera equipes de TI para focar suas energias no desenvolvimento de soluções que estejam ligadas à atividade-fim das companhias", disse Paulo Theophilo Moreira Junior, diretor de marketing da Simpress, subsidiária da HP.

Os preços dos contratos variam conforme a quantidade de equipamentos, tempo de contrato e qualidade de crédito das empresas. Embora a opção seja mais atrativa em países onde dispositivos eletrônicos são mais caros, a tendência de adoção do Hardware as a Service é global. No Brasil, contudo, ainda há um receio em adotar esse tipo de serviço.

"A cultura do Brasil está mudando para uma similar à americana, que é de utilização, e não de posse do bem. Está mais perceptível que, com a constante evolução da tecnologia, rapidamente os equipamentos ficam ultrapassados, sendo mais vantajoso locar do que adquirir", afirma Rodrigo Reis, diretor da Reis Office.

Contudo, para Rodrigo Guercio, vice-presidente de Negócios Corporativos da Positivo Tecnologia, não é sempre que a locação de equipamentos é a opção mais vantajosa.

"É uma decisão muitas vezes financeira dentro das organizações. Geralmente se considera o momento da companhia, se tem maior propensão a despesas de capital ou operacionais. Depois deriva para o que o negócio de fato precisa e quais capacidades técnicas ele possui ou não na organização", disse.

iPhones de última geração atraem clientes para o modelo Phone as a Service - Johannes Eisele/AFP

Phone as a Service atrai interessados em celulares mais caros

Enquanto parte do mercado se dedica a terceirizar eletrônicos para empresas, outra o faz para pessoas físicas. A assinatura de celulares, ou Phone as a Service, é uma opção para pessoas que buscam aparelhos de última geração, mas não conseguem pagar o valor à vista.

É o caso da analista de marketing Alessandra Faraon, 30. Ela decidiu alugar um smartphone após se deparar com os preços altos do mercado. Pagando cerca de R$ 200 ao mês, ela conseguiu ter acesso a um iPhone 11 (cerca de R$ 4 mil no varejo) com seguro e acessórios.

"Se eu comprar um celular hoje, no próximo ano vai sair um novo e, sempre que quiser atualizar, não vou me preocupar com a revenda. É só fazer um upgrade no plano de assinatura e trocar", disse.

Segundo Stephanie Peart, head da startup Leapfone, cujo foco é o aluguel de aparelhos seminovos, uma das vantagens do modelo de assinatura é a reciclagem da tecnologia. "As pessoas estão querendo celulares, e muita gente ainda não tem acesso aos mais poderosos. Existe uma oportunidade para que todos esses aparelhos que não estão em uso sejam mais bem distribuídos", disse.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas