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Conselho de Supervisão da Meta diz que regra da empresa sobre deepfake é 'incoerente'

Empresa dona do Facebook e Instagram restringe a proibição de vídeos enganosos apenas quando feitos com inteligência artificial

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Katie Paul
Reuters

O Conselho de Supervisão da Meta concluiu que um vídeo no Facebook que sugere erroneamente que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é um pedófilo não viola as regras atuais da empresa, ao mesmo tempo em que considerou a política "incoerente" e com foco muito restrito em conteúdo gerado por inteligência artificial.

O conselho, que é financiado pela Meta, mas administrado de forma independente, assumiu o caso sobre o vídeo de Biden em outubro, em resposta a uma reclamação de um usuário sobre um vídeo alterado de sete segundos do presidente publicado na principal plataforma da empresa.

Com a aproximação da corrida eleitoral americana, crescem as preocupações com o uso potencial de novas tecnologias de IA para influenciar as eleições presidenciais deste ano - Stefani Reynolds/AFP

A decisão desta segunda-feira (5) é a primeira a criticar a política de "mídia manipulada" da Meta, que proíbe certos tipos de vídeos editados de forma enganosa, em meio a preocupações crescentes sobre o uso potencial de novas tecnologias de IA para influenciar as eleições presidenciais deste ano nos EUA.

A política "carece de justificativa persuasiva, é incoerente e confusa para os usuários, e não especifica claramente os danos que pretende evitar", disse o conselho.

O órgão sugeriu que a Meta atualize a regra para abranger conteúdo de áudio e vídeo, independentemente do uso de IA, e aplique rótulos identificando-o como manipulado.

O conselho não chegou a pedir que a política se aplique a fotografias, alertando que isso pode tornar a política muito difícil de ser executada.

A Meta, que também é proprietária do Instagram e do WhatsApp, informou ao conselho, durante a revisão, que estava planejando atualizar a política "para responder à evolução de uma IA nova e cada vez mais realista", de acordo com a decisão.

O vídeo no Facebook manipula imagens reais de Biden trocando adesivos escritos "Eu votei" com sua neta durante as eleições de meio de mandato de 2022 nos EUA e beijando-a na bochecha.

Versões do mesmo vídeo alterado começaram a se tornar virais em janeiro de 2023, disse o conselho.

Em sua decisão, o Conselho de Supervisão afirmou que a Meta estava certa em deixar o vídeo no ar de acordo com sua política atual, que proíbe conteúdos alterados de forma enganosa somente se forem produzidos por IA ou se fizerem com que as pessoas pareçam dizer palavras que nunca disseram de fato.

O conselho disse que o conteúdo não alterado por IA "é predominante e não necessariamente menos enganoso" do que o conteúdo gerado por ferramentas de IA.

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