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Sindicalizados que trabalham na Apple chegam ao primeiro acordo trabalhista

Negociação afeta funcionários de uma loja, os primeiros a se organizarem coletivamente; em três anos, eles terão reajuste de 10%

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Noam Scheiber
The New York Times

Os empregados na primeira loja sindicalizada da Apple nos EUA ratificaram um contrato trabalhista com a gigante da tecnologia na terça-feira (6), após negociações que duraram um ano e meio e que pareciam estagnadas por longos períodos, além de campanhas sindicais em outras lojas que não tiveram sucesso.

Após o anúncio do resultado pelo sindicato, a Apple disse que não contestava o resultado e estava satisfeita por ter um acordo.

Funcionários de loja da Apple em Towson, nos EUA, chegam a acordo sindical - Getty Images via AFP

O contrato é válido para cerca de 85 trabalhadores em uma loja em Towson e eles devem ser incluídos na Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, o que proporcionará a um trabalhador um aumento de aproximadamente 10% nos próximos três anos.

Os empregados também receberão os mesmos benefícios que aqueles que estão em lojas não sindicalizadas —um ponto de discórdia desde que a empresa introduziu novos benefícios que excluíram as lojas sindicalizadas no terceiro trimestre de 2022— bem como pagamento de indenização garantido.

"Estamos dando aos nossos membros uma voz em seus futuros e um primeiro passo em direção a novos ganhos", disse o comitê de negociação da loja em comunicado. "Juntos, podemos construir esse sucesso em outros locais."

As negociações do contrato foram interrompidas em virtude do debate sobre o mesmo acesso aos benefícios que outras lojas recebem e sobre uma mudança nacional na política de agendamento e disponibilidade da Apple para quem trabalha em meio período. O sindicato disse que a mudança na política teria forçado cerca de seis trabalhadores de Towson a se demitirem devido a outros compromissos.

Trabalhadores da loja disseram que consideraram fazer greve se a empresa não cedesse nessas prioridades; eles votaram em maio para autorizar uma paralisação.

Mas as duas partes resolveram ambas as questões no final do mês passado. Trabalhadores sindicalizados receberão os benefícios recentemente introduzidos e quaisquer mudanças subsequentes nos benefícios existentes. Eles negociarão sobre qualquer novo benefício quando ele for introduzido.

A empresa concordou em permitir que os cerca de seis trabalhadores de meio período ameaçados pela nova política de disponibilidade permaneçam sob a antiga política, se assim escolherem. O sindicato concordou em abandonar algumas propostas, incluindo uma regra de horas extras mais generosa e licença por luto.

"Estou muito orgulhosa do nosso comitê de negociação e da nossa equipe de loja por perseverarem nesta longa jornada", disse Chaya Barrett, membro do comitê e trabalhadora de longa data da loja. "Tem sido um caminho desafiador, assustador e frustrante."

Um porta-voz da Apple disse que o acordo "permite que os membros da equipe de Towson desfrutem de aumentos salariais baseados em desempenho semelhantes aos do ano passado, juntamente com os mesmos benefícios que nossos funcionários de varejo nos EUA atualmente recebem."

Após a eleição sindical bem-sucedida em Towson, trabalhadores de uma loja da Apple em Oklahoma City votaram para se juntar aos Trabalhadores da Comunicação da América em outubro de 2022. Mas campanhas em outras lojas da Apple fracassaram nos meses seguintes, e os trabalhadores da comunicação perderam uma votação de sindicalização este ano em uma loja em Short Hills, Nova Jersey.

O sindicato de Towson argumentou que a proposta de contrato minava uma alegação central que a Apple, como muitos empregadores, havia feito aos trabalhadores antes das eleições sindicais: que eles poderiam perder benefícios se se sindicalizassem.

"Isso tirou a narrativa deles", disse Jay Wadleigh, agente de negócios do sindicato dos maquinistas que assessorou os trabalhadores durante a negociação. "Eles dizem às lojas: 'Você pode perder tudo. Teria que começar do zero.' Temos um contrato dizendo que isso não aconteceu."

Especialistas disseram que, como resultado, o contrato poderia ajudar campanhas de organização futura em outras lojas.

"Acho que ajudará um pouco", disse John Logan, professor da Universidade Estadual de São Francisco que é especialista em como as empresas respondem a campanhas sindicais. O medo de perder o emprego ou perder salário ou benefícios tende a ser o maior obstáculo para a organização sindical, acrescentou, então "qualquer coisa que diminua o medo de se juntar a um sindicato provavelmente beneficiará a organização em outras lojas."

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