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Cannabis Inc. - Valéria França
Valéria França
Descrição de chapéu América Latina

'Nações civilizadas lidam com a Cannabis com naturalidade'

Em entrevista, escritor Eduardo Bueno fala sobre a 1ª ExpoCannabis no Brasil

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O escritor Eduardo Bueno, mais conhecido como Peninha, será um dos destaques da ExpoCannabis - Ana Volpe/Agência Senado

Anunciada com quase dois meses de antecedência, a ExpoCannabis começa finalmente nesta sexta-feira, 15, em São Paulo. Trata-se da estreia da versão brasileira da maior feira da América Latina, que nasceu no Uruguai, o primeiro país a legalizar a produção e o consumo da Cannabis no mundo.

O evento chega com uma programação extensa, dividida em três palcos, com uma centena de especialistas. Serão três dias com atrações internacionais e nacionais, entre eles, destaca-se o escritor e jornalista Eduardo Bueno, o "Peninha", autor de mais 30 livros sobre a história do Brasil é muito conhecido pelo programa Buenas Ideias, no YouTube com 1 milhão de inscritos.

Bueno é um dos convidados da feira, que enxerga o evento como "uma oportunidade clara e límpida de evolução social, cultural e comportamental". De fato, a ExpoCannabis sinaliza uma aposta do mercado no desenvolvimento do potencial brasileiro no setor.

Bueno é o último convidado a se apresentar no sábado, 16, e vai falar justamente sobre a história da Cannabis no Brasil. Aqui, as possibilidades do mercado ainda são restritas ao setor medicinal, que é regulado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), apesar de não contar com uma legislação específica. Se levarmos em conta que este é um país conservador e com uma enorme bancada evangélica no Congresso, o fato de o brasileiro poder comprar um vidro de CBD (Canabidiol) nas farmácias das grandes redes já é um enorme avanço. Abaixo, Bueno comenta sobre a guinada da Cannabis no Brasil e no mundo.

O mundo mudou o jeito de encarar a maconha ?
O mundo "civilizado" evidentemente já havia começado a ver a maconha de um "jeito diferente" desde a revolução cultural dos anos 1960. Ainda assim, somente no século 21 é que essas mesmas "nações civilizadas" agora lidam com naturalidade com a Cannabis, planta que está aí há séculos, mas que só a partir dos anos 1930 começou a ser demonizada.

A Cannabis medicinal tem ajudado nesse processo de aceitação da planta, que não é mais vista apenas como droga?
Sem dúvida as óbvias e comprovadas virtudes do canabidiol tem ajudado a tornar a presença e os benefícios da Cannabis cada vez mais claros e aceitos por parcelas maiores da sociedade, mas, particularmente, acredito que a luta pela descriminalização e liberação do chamado "uso recreativo" também devam seguir na pauta daqueles que militam e acreditam no advento de um mundo menos retrógrado.

Na maior parte dos países, a legalização não levou a diminuição do consumo no mercado paralelo. Como você enxerga isso?
É uma questão complexa, mas creio que um fato é inegável que o crime organizado se afasta do tráfico de maconha em larga escala depois da legalização. Além disso, com a legalização, as forças da repressão podem concentrar seu trabalho no combate a pragas verdadeiramente alarmantes, como o consumo do crack e do Fentanyl, que vem chegando. Então, acredito que as vantagens da legalização também já se evidenciam nesses aspectos.

O Brasil tenta avançar na descriminalização do consumo, mas até agora não chegou a um acordo. O processo brasileiro da Cannabis é parecido com o de outros locais da América Latina?
Considero o Uruguai e a Argentina, países bem mais evoluídos culturalmente do que o Brasil, ao passo em que como Colômbia, Peru e Bolívia já padeceram (e ainda padecem) com o flagelo da cocaína, perceberam que a Cannabis não é, nem nunca foi, o "inimigo" a ser combatido. Além do mais, tem menos evangélicos lá...

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