Uma ponte flutuante no rio Pinheiros, projetada exclusivamente para a travessia de ciclistas, conectará a ciclovia do Parque Linear Bruno Covas (margem oeste) à ciclovia Franco Montoro (margem leste) a partir de 13 de julho.
A estrutura está em fase final de implantação e faz parte de um projeto maior, que envolve a conexão do parque com o bairro do Morumbi (zona sul) por uma passarela recém-construída sobre a marginal Pinheiros.
A ponte flutuante, que se estende por 110 metros entre as margens, passou por teste no domingo (26). Na ocasião foi colocada em operação sua parte móvel, necessária para dar passagem aos barcos que operam na despoluição do rio.
Segundo Michel Farah, CEO da Farah Service, uma das empresas que participam do Consórcio Novo Rio Pinheiros —administrador do parque—, foram gastos 3 milhões de Reais na obra.
Outra empresa que integra o consórcio é a Parque Global, dona de um terreno de 218 mil metros quadrados onde está sendo construído um dos maiores empreendimentos imobiliários do país, e onde fica uma das extremidades da passarela que cruza a marginal Pinheiros, a 200 metros do início de outro parque, o Burle Marx.
O projeto audacioso e pioneiro proporcionará uma experiência emocionante. Será a primeira travessia exclusiva para bicicletas, e a primeira ponte flutuante no rio Pinheiros. Contudo, há controvérsias quanto ao local escolhido para sua instalação.
Para Paulo Alves, conselheiro da CTB (Câmara Temática da Bicicleta), apesar dos benefícios que a obra poderá proporcionar no futuro, a escolha da localização não supre as atuais demandas por conexão cicloviária.
Segundo Alves, tanto a ponte flutuante quanto a passarela desempenham papéis redundantes na atual rede de ciclovias
Para ele, a conexão da ponte flutuante exerce uma função já realizada pela ciclovia provisória da ponte João Dias, localizada a 2 Km dali e ativa desde 2013, quando foi feita para desviar o tráfego do bloqueio causado pelas obras do Monotrilho. Alves acredita que a ponte flutuante teria mais utilidade se colocada no outro lado das obras do Monotrilho, na altura do bairro Cidade Jardim.
Problema parecido acontece com a nova passarela sobre a marginal Pinheiros, que desemboca no terreno do empreendimento imobiliário Parque Global. Seu papel é muito parecido ao da ciclovia da ponte Laguna, que tem acesso dentro do Parque Linear Bruno Covas e desemboca a 800 metros do rico empreendimento imobiliário.
Outra questão que ainda precisa ser solucionada é a conexão da nova passarela com o lado de fora do parque. Por enquanto, quem quiser chegar ao Parque Linear Bruno Covas através da nova passarela (ou deixar o parque através dela), conta apenas com uma via pública, a nada amigável marginal Pinheiros. Outro acesso existe, mas passa por dentro do estacionamento particular do mercado Extra e não tem calçada nem ciclovia.
Para Alves, a maior demanda por conexão cicloviária sobre o rio Pinheiros acontece na região dos bairros Santo Amaro e Socorro, e na região dos bairros Cidade Jardim e Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo.
Segundo Farah, outras pontes flutuantes estão previstas no plano de obras do Consórcio Novo Rio Pinheiros. A próxima, segundo ele, será na altura do Parque do Povo (Itaim Bibi).
O texto foi alterado às 16h45 para corrigir o dado da distância entre a nova ciclopassarela e a entrada da ciclovia da ponte Laguna, que é de 800 metros, não de 200 metros como trazia o texto original.
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