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Ciclocosmo - Caio Guatelli
Caio Guatelli
Descrição de chapéu ciclismo de estrada ciclismo

Ciclismo é o esporte mais afetado por doping no Brasil

No mundo, ciclismo figura como 5º esporte onde mais se flagrou doping em 2022

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Com 32 atletas suspensos, o ciclismo é o campeão entre os esportes mais afetados pelo doping no Brasil.

O número representa mais de um terço da lista de atletas que atualmente estão cumprindo algum tipo de sanção por uso de substâncias ou métodos proibidos pelo Código Brasileiro Antidopagem.

O brasileiro Alex Arseno enquanto defendia o Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. O ciclista cumpre 8 anos de suspesão por uso de EPO (eritropoetina) - André Mourão/Agif/Folhapress

Em segundo lugar no infame ranking nacional, onde figuram 94 nomes, está o levantamento de peso, com 19 atletas suspensos. Em terceiro vem o futebol, com 12 suspensos. E, em quarto, com um empate de 9 atletas suspensos cada, estão fisiculturismo e atletismo.

Os dados fazem parte da última atualização da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) divulgada há uma semana e não trazem casos que ainda estão em julgamento, nomes de ciclistas recreativos flagrados em provas amadoras, nem nomes de atletas brasileiros suspensos por entidades estrangeiras —existem ao menos mais quatro brasileiros suspensos por doping na lista da UCI (União Ciclística Internacional).

Segundo a associação internacional MPCC ("Mouvement Pour un Cyclisme Crédible", ou Movimento Por um Ciclismo Confiável), na escala global o ciclismo figura como o quinto esporte mais afetado pelo doping em 2022.

O campeão mundial em número de atletas flagrados no ano passado foi o atletismo: 133 casos reportados por órgãos oficiais e compilados pelo MPCC em seu último relatório, divulgado em 15 de fevereiro.

Apesar de não ser o esporte que mais reúne suspensos por doping em nível global, o MPCC alerta que a situação do ciclismo chegou a um nível "preocupante".

Com 29 casos de ciclistas suspensos em 2022, um aumento de 52% em relação ao ano anterior, o atual cenário se iguala ao nível alcançado em 2019 (pré-pandemia) e é considerado o pior desde que a entidade internacional começou a recolher dados do tipo, em 2014.

Contudo, em uma análise específica dos ciclistas de nível "worldtour" (a elite dos ciclistas mundiais), foram constatados apenas 2 casos de doping no ano passado. "É o menor nível registrado desde o caso Festina", descreve o relatório ao se referir a um dos maiores escândalos de doping da história do esporte, protagonizado por dezenas de ciclistas durante a Volta da França de 1998.

Em seu relatório, o MPCC destaca que "a grande maioria dos procedimentos de doping no ciclismo de alto nível envolveu ciclistas masculinos semi-profissionais" —que é o caso da maioria dos ciclistas brasileiros— e ainda sugere que nenhuma equipe mantenha vínculos com ciclistas que já tenham sido flagrados pelo controle antidopagem.

Como exemplo, o comunicado cita o nome do colombiano Nairo Quintana, que foi desclassificado da Volta da França 2022 por uso do opioide tramadol (substância proibida pela UCI) e perdeu seu emprego três meses depois, em outubro. Desde então Quintana não tem mais encontrado vaga em equipes "worldtour" para correr a temporada 2023.

No Brasil, também em outubro de 2022, uma visita surpresa da ABCD a uma das mais badaladas provas do calendário nacional, o "L'Étape", causou tumulto entre atletas e trouxe à tona um vergonhoso histórico para o evento e para o ciclismo nacional: 4 campeões das 5 últimas edições dessa prova estão na lista brasileira de atletas suspensos por doping.

O colombiano Nairo Quintana na Volta da França de 2022, quando o controle antidoping detectou a presença do opioide tramadol em seu corpo - REUTERS

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