O projeto de uma rede cicloviária interligando os 9 municípios da Baixada Santista foi apresentado como a mais importante solução do Plano Regional de Mobilidade Sustentável, entregue na última quinta-feira (30) em Santos.
Chamado de Ciclovia Metropolitana da Baixada Santista, o projeto foi exposto durante o 2º Fórum Metropolitano de Mobilidade como parte de um programa de ações para mitigar impactos ambientais e diminuir as desigualdades sociais nos deslocamentos da região.
A proposta prevê a construção de 406,6 Km de novas estruturas e a requalificação de 263,4 Km de antigas, formando uma rede cicloviária homogênea de 670 Km entre os municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Cubatão, Santos, Guarujá e Bertioga.
Também fazem parte do projeto a implantação de 10 postos de monitoramento, 2.600 paraciclos e 12 bicicletários, com capacidade para 50 bicicletas cada.
Estimado em R$ 179 milhões, o custo das estruturas cicloviárias representa apenas 5% do total do plano de mobilidade, que prevê ainda o investimento de R$ 2,2 bilhões em transporte coletivo público e 1 bilhão no sistema viário de transporte individual.
"Acreditamos que a ciclovia é o investimento mais viável e urgente, e que promove maior benefício a curto prazo. Mas sabemos da importância do investimento em transporte coletivo público, afinal não são todas as pessoas que podem andar de bicicleta", disse Luis Fernando Di Pierro, engenheiro de transportes e consultor do projeto.
O engenheiro ressaltou também a importância do plano para uma mudança de cultura associada ao gênero, "queremos inserir mulheres, em especial negras e indígenas, na gestão do setor de mobilidade urbana e transporte, que hoje é predominantemente ocupado por homens".
Di Pierro indicou a importância da bicicleta para a região, que atualmente tem 1,9 milhões de habitantes: "Na Baixada Santista, a participação modal da bicicleta é absurdamente maior que no restante das cidades brasileiras. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem menos de 1%, e aqui [na Baixada Santista] tem mais de 10%. Se o plano for executado de forma adequada, permitirá uma mudança modal. Ou seja, substituição de viagens de automóveis e ônibus por bicicleta, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa".
Financiado pelo programa Euroclima+, através da Agência Francesa de Desenvolvimento, o Plano Regional de Mobilidade Sustentável agora depende da ação do governo do estado de São Paulo e dos municípios que compõe a Baixada Santista.
Ao fim do fórum de mobilidade sustentável foi combinada a assinatura de um pacto entre os 9 prefeitos da região e o Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista) para levar a iniciativa adiante.
"Essa assinatura sinaliza ao governo do estado que existem 9 municípios interessados em fazer a mesma coisa. É uma questão de vontade política", disse Di Pierro.
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