Darwin e Deus

Um blog sobre teoria da evolução, ciência, religião e a terra de ninguém entre elas

Darwin e Deus - Reinaldo José Lopes
Reinaldo José Lopes

Um pouco de teoria musical ajuda a entender o que é o 'mamanhês'

Vaivém amplo de sons está presente em fala de mães humanas e sons de golfinhos

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Como contei numa reportagem publicada há pouco nesta Folha, as fêmeas de golfinhos com filhotes também parecem usar uma forma de "mamanhês", termo informal usado para designar a maneira peculiar que usamos -- nós e elas -- para emitir sons direcionados a bebês/filhotes. Um detalhe extremamente fofo que não coube no texto original tem a ver com teoria musical, por incrível que pareça: as diferenças de "contorno" entre as vocalizações "normais" e o "mamanhês" das fêmeas de cetáceos também tem a ver com isso. É o que explico agora.

Golfinhos pulando na água
Golfinhos-nariz-de-garrafa - Dara Orbach

O chamado "contorno" nada mais é que o tipo de variação entre notas graves e agudas numa melodia ao longo do tempo. Bem, acontece que uma das características do mamanhês é justamente um "contorno" mais elástico, mais amplo, embora haja a predominância das "notas" agudas na vocalização.

Sabe o que isso me lembra? A peixinha Dory de "Procurando Nemo" tentando falar baleiês. Ou, se você parar pra pensar, qualquer mãe humana brincando com seu bebê. Fofo demais.

Reinaldo José Lopes
Reinaldo José Lopes

Repórter de ciência e colunista da Folha. Autor de "Homo Ferox" e "Darwin sem Frescura", entre outros livros

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