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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Quer viver de renda de dividendos de ações? Veja quanto precisa investir

Taxa de dividendos de ações está na máxima dos últimos cinco anos e atrai investidores

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Neste ano de 2022, a taxa de dividendos, ou seja, o valor recebido em dividendos pelos acionistas dividido pelo preço das ações está na máxima dos últimos cinco anos. Se antes já parecia interessante ter uma renda de dividendos, neste ano, o alto volume de dividendos distribuídos tem atraído ainda mais investidores para esta estratégia.

Taxa de dividendos de ações está na máxima dos últimos cinco anos e atrai investidores. Spencer Platt/Getty Images/AFP - AFP

Receber um fluxo periódico de pagamentos de forma passiva, ou seja, com pouco esforço e capaz de suprir o orçamento familiar é o sonho de muitos.

Em 2022, esse sonho ficou mais próximo.

No entanto, ainda é necessária uma grande disciplina para se alcançar o sonho.

A taxa de dividendos é usualmente conhecida pelo seu nome em inglês Dividend Yield (DY).

Atualmente, o DY implícito no índice calculado pela B3 de ações pagadoras de dividendos (IDIV) é de 9,2% ao ano.

Qualquer um poderia investir no ETF deste índice que é negociado na B3. Entretanto, o ETF não distribui os dividendos. Ele reinveste nas próprias ações do índice.

Assim, se você deseja ter uma renda equivalente a R$ 5 mil / mês, precisaria ter uma soma de R$ 652 mil aplicado nas ações que formam a carteira deste índice.

A tabela abaixo mostra qual o volume de recursos você precisaria ter investido na carteira de ações do IDIV para cada renda mensal desejada.

Tabela com o volume de investimento necessário para se viver com a respectiva renda mensal, considerando o nível atual de Dividend Yield do IDIV
Tabela com o volume de investimento necessário para se obter a respectiva renda mensal, considerando o nível atual de Dividend Yield do IDIV. - Michael Viriato

Importante entender que essa renda não é recebida mensalmente. Diferente dos fundos imobiliários, a maioria das empresas só paga dividendos uma a duas vezes por ano.

Dois fatores explicam o patamar mais elevado do DY este ano.

A primeira é o nível mais elevado das taxas de juros reais, ou seja, acima da inflação.

Evolução, nos últimos cinco anos, do DY e da taxa real de juros implícita em um título público federal de 9 anos.
No quadro superior, apresenta-se a evolução, nos últimos cinco anos, do DY (linha branca) e da taxa real de juros (linha laranja) implícita em um título público federal de 9 anos. O quadro inferior apresenta a evolução da diferença entre as duas taxas. - Bloomberg

O gráfico acima mostra a evolução nos últimos cinco anos do DY e da taxa real de juros implícita em um título público federal de 9 anos. Perceba que há uma razoável correlação na evolução das duas taxas.

O outro fator que eleva o nível do DY é o risco implícito no mercado atual.

Há ainda mais uma notícia positiva. Segundo expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg, não se espera mudança do nível do DY para o próximo ano. Além disso, ainda se espera para estas empresas crescimento de lucros próximo de 8% para 2023.

Apesar desta expectativa positiva, ressalto que ações, mesmo as pagadoras de dividendos, representam um investimento de risco.

Portanto, é preciso ponderar com cuidado a exposição, mantendo o alinhamento com o perfil de risco do investidor.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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