Neste ano de 2022, a taxa de dividendos, ou seja, o valor recebido em dividendos pelos acionistas dividido pelo preço das ações está na máxima dos últimos cinco anos. Se antes já parecia interessante ter uma renda de dividendos, neste ano, o alto volume de dividendos distribuídos tem atraído ainda mais investidores para esta estratégia.
Receber um fluxo periódico de pagamentos de forma passiva, ou seja, com pouco esforço e capaz de suprir o orçamento familiar é o sonho de muitos.
Em 2022, esse sonho ficou mais próximo.
No entanto, ainda é necessária uma grande disciplina para se alcançar o sonho.
A taxa de dividendos é usualmente conhecida pelo seu nome em inglês Dividend Yield (DY).
Atualmente, o DY implícito no índice calculado pela B3 de ações pagadoras de dividendos (IDIV) é de 9,2% ao ano.
Qualquer um poderia investir no ETF deste índice que é negociado na B3. Entretanto, o ETF não distribui os dividendos. Ele reinveste nas próprias ações do índice.
Assim, se você deseja ter uma renda equivalente a R$ 5 mil / mês, precisaria ter uma soma de R$ 652 mil aplicado nas ações que formam a carteira deste índice.
A tabela abaixo mostra qual o volume de recursos você precisaria ter investido na carteira de ações do IDIV para cada renda mensal desejada.
Importante entender que essa renda não é recebida mensalmente. Diferente dos fundos imobiliários, a maioria das empresas só paga dividendos uma a duas vezes por ano.
Dois fatores explicam o patamar mais elevado do DY este ano.
A primeira é o nível mais elevado das taxas de juros reais, ou seja, acima da inflação.
O gráfico acima mostra a evolução nos últimos cinco anos do DY e da taxa real de juros implícita em um título público federal de 9 anos. Perceba que há uma razoável correlação na evolução das duas taxas.
O outro fator que eleva o nível do DY é o risco implícito no mercado atual.
Há ainda mais uma notícia positiva. Segundo expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg, não se espera mudança do nível do DY para o próximo ano. Além disso, ainda se espera para estas empresas crescimento de lucros próximo de 8% para 2023.
Apesar desta expectativa positiva, ressalto que ações, mesmo as pagadoras de dividendos, representam um investimento de risco.
Portanto, é preciso ponderar com cuidado a exposição, mantendo o alinhamento com o perfil de risco do investidor.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor
(Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram.)
Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas que gostariam de ver comentadas aqui, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.