De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros

Este é o primeiro passo antes de decidir onde investir

A criação de um cenário financeiro e econômico retira dúvidas e evita armadilhas emocionais

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A maioria das pessoas decide onde investir, selecionando os ativos que tiveram bom desempenho no passado recente. Incoerentemente, todos sabem ou já ouviram a afirmação de que retorno passado não reflete rentabilidade futura. Então, como decidir onde investir?

A criação de um cenário financeiro e econômico retira dúvidas e evita armadilhas emocionais. Spencer Platt/Getty Images/AFP (Photo by SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

Quando investimos, o retorno que obtemos vem da evolução dos ativos no futuro. Portanto, o que ocorreu com cada ativo no passado pouco importa.

O que importa é onde ele está hoje e como deve evoluir no futuro.

Para saber para onde cada ativo deve evoluir, devemos criar um Cenário Financeiro e Econômico (CFE).

A criação de um cenário é o elemento chave para decidir onde investir.

Óbvio que já estou assumindo que você já planejou quanto precisa de liquidez, o horizonte de investimento e risco que aceita.

Quando você cria o CFE, você pode de forma mais simples e racional decidir onde é melhor investir para cada horizonte de investimento. Fica mais difícil você cair em armadilhas emocionais.

O CFE vai englobar sua expectativa de taxa de juros no Brasil e internacionalmente, de crescimento econômico, cambial, de prêmios de risco. Também, deve elencar os possíveis riscos.

Muitas vezes ficamos na dúvida se vale a pena investir em um determinado ativo. Isso ocorre, pois não temos claro um CFE.

Por exemplo, muitos se questionam se títulos referenciados ao IPCA são uma melhor opção que os referenciados ao CDI em um horizonte de cinco anos.

A resposta para isso está no cenário de evolução da taxa Selic, da inflação e das taxas reais de juros vigentes hoje. Já é de pleno conhecimento que o Banco Central já iniciou o ciclo de redução de taxas de juros.

Considerando que a Selic deve cair para próximo de 9% ao ano no fim de 2024, que o IPCA será entre 4% e 4,5% ao ano e o patamar de juros real existente hoje, a escolha pelo título referenciado ao IPCA é simples. Será necessário apenas paciência para que os resultados apareçam.

Outra dúvida que é muito levantada é sobre se vale o investimento em renda fixa internacional. Já comentei sobre este tema há algumas semanas.

Novamente, a resposta está em qual é seu CFE para câmbio e taxas de juros internacionais, assim como de outros ativos, pois todos competem entre si pelo mesmo recurso.

Portanto, também, se pergunte se com seu CFE a melhor escolha é em renda fixa americana ou é em outro ativo como a própria renda fixa brasileira ou ações em alguma geografia.

Lembre-se, também, de que o CFE deve ser coerente, ou seja, que as expectativas para as variáveis econômicas e financeiras façam sentido entre si.

Por exemplo, é improvável você ter um cenário em que o crescimento econômico mundial desacelera, que os lucros das empresas caiam, que as taxas de juros nos EUA se elevem, mas ainda assim que a Bolsa americana se valorize.

Logo, é preciso atentar para que as relações entre as variáveis econômico-financeiras permaneçam coerentes.

Para ajudá-lo com a criação do cenário econômico, você pode contar com seu assessor de investimentos, além das expectativas fornecidas por corretoras e reuniões periódicas com gestoras de recursos e seus economistas.

As gestoras de recursos organizam reuniões mensais online sobre cenário e principais exposições dado este cenário.

Uma reunião que recomendo pelo cuidado no preparo e apresentação é a reunião mensal da gestora WHG. A gravação da reunião fica disponível no YouTube. Veja a última neste link. No começo, pode ser difícil acompanhar pela linguagem mais técnica, mas com o tempo vai fazer mais sentido.

Se você investe sem um cenário, ou seja, sem um CFE, você está apenas apostando. Sabemos que apostar não é o mais recomendado para construir um patrimônio no longo prazo. Assim, pare de apostar e comece a investir.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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