O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Futebol Internacional

Hora de acompanhar (e de se acostumar com) a nova Champions League

Badalada competição europeia dá largada com mais clubes, mais jogos e, provavelmente, mais emoção no final da 1ª fase

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Começa nesta terça-feira (17), com seis partidas, a Champions League, o mais badalado campeonato interclubes do planeta.

E é uma nova Champions. Depois de 21 anos, a Uefa (entidade que rege o futebol na Europa) decidiu mudar o formato da competição.

Esta Folha, assim como dezenas de meios de comunicação, já abordou as mudanças, então o que trago neste texto é um resumo do funcionamento, para refrescar a memória do leitor ou informar àquele que ainda não esteja a par, e declarações da Uefa sobre a motivação acerca da modificação.

Antes, na fase de grupos, eram 32 participantes, divididos em oito grupos de quatro. Os dois melhores passavam para as oitavas de final.

Agora, o torneio inchou: são 36 times, incluídos em um único grupo. Sistema de pontos corridos, que vai até o dia 29 de janeiro.

Os oito primeiros colocados asseguram vaga automaticamente para as oitavas de final. Quem acabar da 25ª à 36ª posição estará eliminado.

As equipes que ficarem da 9ª à 24ª posição serão emparelhadas e se enfrentarão em duas partidas. Os vencedores completam os 16 clubes das oitavas.

A partir daí, a fórmula é a mesma: mata-matas de ida e volta até a final, que será realizada em jogo único, na Allianz Arena, estádio do Bayern, em Munique, no dia 31 de maio.

Cada clube jogará mais vezes na fase inicial.

Antes, eram seis rodadas, com dois duelos entre cada integrante de cada grupo (ida e volta). Agora, toda equipe atuará oito vezes (quatro como mandante, quatro como visitante), e nenhum oponente se repetirá.

Pelo sorteio, os confrontos mais interessantes da primeira jornada são Milan x Liverpool, nesta terça, na Itália, e Manchester City x Inter de Milão, na Inglaterra, nesta quarta. Este último duelo foi a decisão da Champions de 2022/2023 (deu Man City).

Mohamed Salah (atrás) e Dominik Szoboszlai em treino do Liverpool; os dois sorriem e o segundo olha para cima e segura uma bola da cor preta com as duas mãos
Mohamed Salah (atrás) e Dominik Szoboszlai em treino do Liverpool, que estreia na Champions League 2024/2025 nesta terça-feira (17), contra o Milan - Molly Darlington - 16;set.2024/Reuters

Questionei a Uefa a respeito das razões para a instauração de uma nova Champions –o torneio existe desde 1955-1956, e quem mais ganhou foi o Real Madrid, 15 vezes– e quais as vantagens dela.

Eis as respostas, em síntese.

Por que mudar?

"As discussões sobre a evolução da Champions League para um novo formato começaram em 2018 com um processo de revisão aprofundado que envolveu uma infinidade de análises, simulações, propostas e ideias. Em seguida, foi realizado um processo de consulta e revisão com as partes interessadas. Os principais objetivos da reforma eram encontrar formas de aumentar a competitividade, ampliar a diversidade de adversários, incluir mais confrontos ‘top’ desde o início e oferecer oportunidades de participação a mais clubes."

Quais os prós?

"A fase inicial será mais equilibrada, com equipes enfrentando uma maior variedade de adversários, tornando-a dinâmica e imprevisível. O novo formato garante que cada jogo conta. Cada resultado terá o potencial de mudar drasticamente a posição de um time. Também proporciona oportunidades para mais clubes, com acesso mais amplo à competição, e na primeira fase os times jogarão contra oito adversários [não mais três]."

EQUIPES NA CHAMPIONS LEAGUE 2024-2025

  • Alemanha

    Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Leipzig e Stuttgart

  • Itália

    Atalanta, Bologna, Inter de Milão, Juventus e Milan

  • Espanha

    Atlético de Madrid, Barcelona, Girona e Real Madrid

  • França

    Brest, Lille, Monaco e Paris Saint-Germain

  • Inglaterra

    Arsenal, Aston Villa, Liverpool e Manchester City

  • Aústria

    Salzburg e Sturm Graz

  • Holanda

    Feyenoord e PSV

  • Portugal

    Benfica e Sporting

  • Bélgica

    Brugge

  • Croácia

    Dinamo Zagreb

  • Escócia

    Celtic

  • Eslováquia

    Slovan Bratislava

  • República Tcheca

    Sparta Praga

  • Sérvia

    Estrela Vermelha

  • Suíça

    Young Boys

  • Ucrânia

    Shakhtar Donetsk

É necessário se acostumar ao recém-implantado sistema, mas ele parece, em princípio, interessante e atrativo.

É muitíssimo provável que na rodada final do grupo único quase todas as partidas tenham algo em disputa, seja para o clube tentar se situar no top 8, seja para obter vaga no primeiro mata-mata.

Ressalte-se que não há rebaixamento, como já não havia.

A classificação para a Champions é definida anualmente pelos resultados nos campeonatos nacionais, com ligas mais fortes (a Uefa elabora um ranking) recebendo mais vagas. O campeão da edição mais recente tem lugar garantido na seguinte.

O único ponto negativo evidente, que gerará queixas de treinadores e atletas, é o aumento da quantidade de jogos, com a imposição de mais datas (em meios de semana) em um calendário que já é considerado estrangulado.

Na fase classificatória, serão 144 partidas –antes eram 96. E ainda haverá o mata-mata "pré-oitavas", aquele em que jogarão os times da 9ª à 24ª posição, com outras 16 partidas.

No total, o número de jogos sob o novo formato subirá de 125 para 189 (51% a mais).

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