Quando se pensa em renda fixa, é possível segregar os títulos de acordo com o emissor em duas categorias: público e privado. Os títulos emitidos por empresas e bancos são definidos como privados. Dado o maior risco destes, há um prêmio no retorno. Mas, será que este prêmio compensa mais que alternativas?
Para avaliar o desempenho de um ativo, usualmente, são utilizados índices construídos de forma a simular o investimento médio na classe de ativo. Por exemplo, o Ibovespa é comumente usado como uma aproximação do investimento em Bolsa.
No Brasil, o índice mais acompanhado para simular o investimento em crédito privado é o Idex, que é produzido pela renomada gestora de recursos JGP .
Há dois índices de crédito privado. O Idex-CDI mede o retorno de debêntures referenciadas ao CDI e o Idex-Infra que mensura o retorno de debêntures de infraestrutura referenciadas ao IPCA.
O gráfico abaixo apresenta a evolução de um investimento de R$ 100 mil há cinco anos no Idex-CDI, no IHFA (índice de fundos multimercados) e no CDI.
Desde 2018, ocorreram dois eventos extremos que trouxeram desconfiança de investidores com relação ao investimento em crédito privado. Eles ocorreram na pandemia em 2020 e no início deste ano com o caso Americanas e Light.
Perceba no gráfico que, apesar destes dois eventos extremos, o investimento no índice de crédito privado Idex-CDI, representado pela linha verde, supera o investimento na média dos fundos multimercados e do CDI. Além do maior retorno, o investimento em crédito privado também tem uma menor volatilidade dos retornos ou oscilação do que a aplicação em fundos multimercados.
Esse investimento em crédito privado pode ser realizado por meio de títulos de bancos médios com maior retorno e que possuem garantia do FGC como CDBs, LCIs e LCAs, em títulos corporativos como debêntures, CRIs e CRAs ou em fundos de investimentos que aplicam nestes títulos.
Com as taxas de juros mais elevadas do momento, é possível travar ganhos bem interessantes no longo prazo como taxas prefixadas de 15% ao ano ou referenciadas ao IPCA e isentas de IR de IPCA+7% ao ano. Ambas as taxas são equivalentes quando se assume um IPCA de 5,37% ao ano.
Estes retornos são bem superiores ao de títulos públicos e são capazes de superar até os rendimentos de ativos de renda variável como ações. Por exemplo, nos últimos 20 anos, o Ibovespa rendeu apenas o equivalente a IPCA+5,5% ao ano.
Assim, se bem realizadas, estas aplicações podem proporcionar maior rentabilidade com adequado risco. Portanto, são excelentes alternativas de investimento.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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