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Café na Prensa - David Lucena
David Lucena
Descrição de chapéu alimentação oriente médio

Cafeteria das 'portinhas', brasileira The Coffee vai a Dubai e Tailândia

Rede foca em expansão internacional após abrir dezenas de franquias na América Latina e na Europa

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São Paulo

Após ampliar sua presença na Europa, a rede de cafeterias brasileira The Coffee agora mira expansão para o mercado asiático. A empresa acabou de inaugurar uma loja em Bancoc, na Tailândia, e deve abrir em breve em Dubai.

Interior de cafeteria branca com pessoas servindo café
Cafeteria da The Coffee na Espanha - Divulgação

A rede, que nasceu em Curitiba e tem uma estética de inspiração japonesa, está com um plano de crescimento internacional acelerado. Fundada em 2018, possui atualmente mais de 200 cafeterias, incluindo lojas em vários países da América Latina e em alguns da Europa, como Portugal, Espanha e França.

Para esse ano, a empresa ainda tem planos de abrir na Arábia Saudita e no Egito, dois países nos quais o mercado de cafeterias está aquecido.

Veja na galeria abaixo alguns países nos quais talvez você não saiba que a rede brasileira está presente:

Em 2023, a empresa faturou US$ 17 milhões (cerca de R$ 87 milhões). Este ano, planeja aumentar o volume em cerca de 50%.

O modelo da maioria das unidades, tanto no Brasil quanto no exterior, é o de franquias. Apenas 14 lojas são próprias. A maior parte do café é oriundo de Minas Gerais.

A rede ficou famosa pelas "portinhas" que vendem café para levar. Essas mini cafeterias se proliferaram em vários pontos de algumas capitais do Brasil, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. A ideia é que o cliente compre para ir bebendo, como é comum em mercados asiáticos.

A empresa, contudo, tem se esforçado para demonstrar que vai além do modelo de cafeteria "to go" (comprar para levar). "A gente acabou sendo lembrado por café to go, mas a gente não é só isso", diz ao Café na Prensa Carlos Fertonani, fundador e CEO do The Coffee.

A mudança ocorreu, dentre outros fatores, para se adaptar às demandas do consumidor brasileiro, que muitas vezes faz questão de parar para tomar seu café. Além disso, ter lojas conceito, com espaços maiores, é importante para consolidar a marca.

Assim, várias cafeterias atualmente possuem áreas para consumo interno, ainda que, em geral, sejam diminutas.

A proliferação de lojas da The Coffee não é um fenômeno isolado. No Brasil, o mercado de café to go tem crescido com velocidade, puxado por um modelo de franquias com baixo investimento inicial. Redes fundadas há poucos anos, como Mais1.Café e Go Coffee, já têm centenas de lojas pelo país –e não param de licenciar novas unidades.

O formato prospera em um ambiente de negócios pós-pandemia, no qual o foodservice ainda se recupera de um cenário de alto endividamento e margens de lucro sacrificadas.

"As lojas menores, com essa proposta to go, demandam investimentos mais baixos, operações mais enxutas e são fáceis de ser adaptadas a diferentes localidades", diz Rodrigo de Mattos, analista da Euromonitor International.

Esse formato oferece uma consistência de vendas, sobretudo quando está localizado perto de escritórios ou em locais com grande fluxo de pessoas, como nas imediações de estações de metrô, por exemplo.

Em compensação, afirma Mattos, a operação fica à mercê dos escritórios ao redor. "Se existe alguma mudança de aluguel ou posição, perde-se o consumidor", afirma.

Além disso, o modelo costuma ter um ticket médio pequeno, se comparado a estabelecimentos em que as pessoas sentam para comer. "O consumidor raramente vai comprar uma quantidade grande de produtos. Muitas vezes, vai comprar apenas uns dois ou três itens, o que der para carregar", diz Mattos.

POLÊMICA NAS ELEIÇÕES

Fora do noticiário econômico e gastronômico, a rede chegou às páginas políticas durante a campanha eleitoral de 2022. Na ocasião, a The Coffee soltou uma nota pública após circularem nas redes sociais prints de publicações nos quais um dos fundadores da empresa xingava o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e fazia críticas ao PT e à esquerda.

"A opinião de pessoas envolvidas conosco não reflete a posição da marca", dizia a nota, na qual a companhia também afirmava que apoia a democracia e respeita a diversidade de pensamento dos "colaboradores, franqueados e clientes".

THE COFFEE - RAIO-X

  • Ano Fundação: 2018
  • Receita anual (2023) : US$ 17 milhões (R$ 87 milhões)
  • Previsão para 2024: US$ 25 milhões (R$ 128 milhões)

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