De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Entenda como este viés comportamental pode sabotar seus investimentos

Você pode perder oportunidades ou investir de forma ineficiente se pratica este comportamento

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Decidir como e onde investir pode ser um dilema, especialmente quando as emoções interferem na lógica financeira. Uma armadilha comum é o viés de mental accounting (contabilidade mental, em inglês), um conceito cunhado pelo ganhador do Prêmio Nobel, Richard Thaler. Explico como esse viés pode prejudicar seus investimentos e até sua capacidade de poupança.

Você pode perder oportunidades ou investir de forma ineficiente se pratica este comportamento. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK505 - REUTERS

O viés de contabilidade mental descreve a tendência das pessoas de dividir seu dinheiro em diferentes "contas" mentais, cada uma com suas próprias regras de gasto, economia ou investimento. Essa separação pode levar a decisões irracionais, afetando negativamente os resultados financeiros.

Por exemplo, alguém pode receber um bônus no trabalho e decidir investi-lo em ações de alto risco, justificando que, como foi um ganho inesperado, pode ser usado para investimentos mais arriscados.

Essa atitude ignora a visão mais ampla dos objetivos financeiros e da diversificação do portfólio. Em contraste, o dinheiro economizado para a aposentadoria pode ser investido de forma excessivamente conservadora, prejudicando o potencial de crescimento a longo prazo.

Outra consequência deste viés é a resistência à realocação de recursos. Uma vez que o dinheiro é alocado a uma categoria mental específica, pode haver uma relutância em mover esses fundos, mesmo quando é racional fazê-lo. Por exemplo, um investidor pode hesitar em vender um ativo perdedor, mantendo-o em uma categoria mental de "recuperar perdas", o que pode impedir a realocação de capital para oportunidades de investimento mais promissoras.

Além disso, esse viés pode levar ao consumo excessivo ou à falta de economia. Ao separar o dinheiro em categorias como "dinheiro para gastar" e "dinheiro para economizar", as pessoas podem se sentir mais livres para gastar fundos de certas categorias, mesmo que seja mais prudente economizar ou investir esse dinheiro.

Isso pode resultar em poupança insuficiente para objetivos de longo prazo ou em gastos impulsivos que não seriam feitos se o dinheiro fosse considerado parte de um plano financeiro geral.

Superar esse viés exige uma visão abrangente do patrimônio e uma estratégia de investimento que considere todos os recursos financeiros como parte de um sistema integrado, visando uma melhor saúde financeira global.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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