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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Vale vender Bolsa depois dessa alta?

Conheça as três estratégias de alocação e entenda qual deve apresentar o melhor resultado

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O investidor médio de Bolsa, normalmente, adota a pior estratégia das possíveis. Usualmente, ele pensa em comprar quando a Bolsa sobe, compra depois que ela sobe mais ainda e vende depois que os preços caem na usual acomodação. Falta a estes investidores o conhecimento da estratégia adequada, mas se engana quem acha que ela é simplesmente comprar e esquecer.

Conheça as três estratégias de alocação e entenda qual deve apresentar o melhor resultado. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK505 - REUTERS

Em meu artigo de terça-feira, expliquei por que, para aqueles investidores que estavam fora da Bolsa, faria sentido esperar os preços acomodarem antes de fazerem o primeiro investimento.

Essa sugestão é fundamentada, principalmente, porque se você ainda não comprou, talvez seu perfil seja mais conservador. Portanto, entrar logo depois de uma alta é ainda mais arriscado.

Entretanto, não expliquei o que aquele que já está comprado deveria fazer. Essa foi a pergunta do leitor Flávio nos comentários do artigo. Sim, eu leio todos os comentários. Confesso que de alguns eu não gosto, mas sei que aqueles que perdem tempo me criticando, no fundo, adoram meus textos.

Flávio, vou explicar as três estratégias de decisão de alocação e em que condição de mercado você deve empregar cada uma.

No fim, espero seu comentário sobre qual das estratégias você vai adotar. Mas, uma das estratégias é mais complexa. Portanto, vou dividir as explicações em mais de um artigo.

Conforme descrito no artigo "Dynamic Strategies for Asset Allocation", do prêmio Nobel em Economia William Sharpe e André Perold, há três estratégias básicas para decidir sua alocação entre renda fixa e renda variável:
I – Buy and Hold (Compra e mantém);
II – Constant Mix (pesos constantes);
III – Constant proportion portfolio insurance (seguro de portfólio).

A primeira, a Buy and Hold é uma das mais simples. Nela, você escolhe uma determinada proporção para ter em ações em sua carteira. Essa escolha pode ser baseada em seu perfil de investidor e objetivos de retorno, compra a participação e mantém. Nesse caso, você não revisa ou readéqua os pesos de ações em seu portfólio. É a estratégia "não faz nada".

Na segunda estratégia, você escolhe uma alocação alvo em ações e periodicamente revisa para readequar ao peso inicial, pois com o movimento do mercado para cima ou para baixo essa proporção muda.

A última, é a menos conhecida da maioria. Esta estratégia é um pouco mais complexa. Portanto, em benefício do tamanho do texto, vou explicar amanhã.

Nesse momento, você pode dizer que não há novidades, pois você já conhecia as duas primeiras estratégias. Entretanto, qual das três estratégias é a mais adequada?

Para responder a esta pergunta, é preciso traçar uma expectativa sobre o comportamento futuro do mercado.

Considere que você acredita que o mercado siga subindo. Para este caso, a maioria acredita que a melhor estratégia seria não fazer nada, ou seja, a primeira estratégia, a Buy and Hold.

Entretanto, esta não é a melhor estratégia para este cenário. A melhor estratégia seria a terceira. E esta estratégia eu vou explicar amanhã.

Por outro lado, você pode achar que o mercado vai seguir o mesmo comportamento dos últimos quatro anos. Neste período, o Ibovespa ficou oscilando entre 100 mil pontos e 125 mil pontos.

Para este comportamento, a segunda estratégia, a Constant Mix é a que apresenta o melhor desempenho.

Talvez você se pergunte, e em qual cenário a primeira estratégia se comporta melhor?

Esta resposta e a explicação da terceira estratégia vão ficar para os próximos dois artigos.

Flávio, aposto que você achou que a resposta era simples ou que eu iria apenas indicar compra ou venda.

Nos próximos artigos vou demonstrar o retorno que seria esperado para cada estratégia condicionado ao comportamento do mercado. Assim, vai ficar simples escolher, mas tudo depende de sua expectativa sobre o comportamento da Bolsa no futuro.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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