De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Cenários 2024 Selic juros

Navegando com Prudência: Perspectivas e Estratégias para Investimentos em 2024

Embora ainda com prudência, 2024 se mostra mais promissor que o desafiante 2023

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

À medida que deixamos para trás um ano repleto de desafios, é essencial olharmos para frente com uma perspectiva renovada e otimista. Para nós, investidores, 2023 foi um período de aprendizado intenso e desenvolvimento de estratégias resilientes. Agora, voltamos nossos olhos para 2024, um ano que promete ser repleto de oportunidades únicas e momentos decisivos.

Embora ainda com prudência, 2024 se mostra mais promissor que o desafiante 2023. Spencer Platt/Getty Images/AFP (Photo by SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

O novo ano traz a promessa de ser mais promissor do que o que está se encerrando, mas ainda é essencial mantermos a cautela. As transições, embora carregadas de potencial, podem ser acompanhadas de volatilidade, especialmente diante de incertezas econômicas e geopolíticas persistentes.

Estamos em um período de transição de taxas de juros.

Devemos voltar a ter taxas de juros de menos de dois dígitos no Brasil. A Selic pode cair para próximo de 8% ao ano ao final de 2024. Isso representa menos despesas financeiras paras as empresas e ao mesmo tempo um menor custo de capital que facilita investimentos.

Também, nos EUA, os FED Funds, equivalente da taxa Selic no Brasil, podem cair dos atuais 5,5% ao ano para próximo de 4% ao ano.

Entretanto, ainda há incertezas.

O crescimento da economia global deve desacelerar e a intensidade dessa desaceleração ainda pode surpreender. Os crescimentos do PIB de Brasil, EUA, Europa e China devem desacelerar. Mas, os últimos dados econômicos apontam que mesmo este risco se mostra menor do que se estimava há alguns meses.

Ainda, essas incertezas podem ser exacerbadas por tensões geopolíticas que continuam a influenciar os mercados financeiros. Esses fatores, juntos, podem gerar movimentos imprevisíveis e exigem nossa vigilância constante.

Apesar desses desafios, 2024 começa com uma nota mais positiva em comparação ao início do ano anterior.

A expectativa de uma queda gradual nas taxas de juros nos EUA e mais forte no Brasil, combinada com uma economia que ainda mostra sinais de crescimento, cria um ambiente repleto de oportunidades, especialmente no mercado de risco.

No entanto, a renda fixa não pode ser desconsiderada. É ela que ainda oferece o melhor balanço de retorno por risco e em que estão as melhores oportunidades.

Particularmente notáveis são os rendimentos acima de IPCA + 6% ao ano e isentos de IR em títulos de crédito privado. Tais oportunidades devem ser consideradas e, se possível, travadas por longos períodos de vencimento, aproveitando as condições favoráveis enquanto duram. Um retorno de IPCA + 6% ao ano isento de IR equivale a IPCA + 7,7% ao ano quando tributado.

O investidor pode aproveitar estas oportunidades aplicando de forma diversificada em debêntures incentivadas, CRIs e CRAs, assim como em fundos de investimentos que investem nestes títulos e carregam o benefício tributário.

Muitas empresas adiaram emissões de títulos no ano passado pelas maiores incertezas com a troca de governo. Esse receio já passou. Devemos ficar de olho nestas emissões de renda fixa isentas de IR para travarmos taxas de juros altas por longo prazo.

Um olhar para o desempenho passado das empresas listadas na Bolsa B3 é revelador quando se compara com esta rentabilidade da renda fixa que ainda existe hoje.

Das 211 empresas listadas que existiam há 10 anos na B3, apenas 35% conseguiram superar o retorno de IPCA + 6% ao ano na última década. Ressalto que este retorno inclui ganhos de capital e dividendos. Adicionalmente, menos de 29% destas empresas superaram a rentabilidade total IPCA + 7,7% ao ano, quando consideramos dividendos e valorização das ações, nos últimos 10 anos.

O próprio Ibovespa, em comparação, teve uma valorização de apenas IPCA + 3,2% ao ano no mesmo período.

Este cenário sublinha a importância de uma abordagem de investimento equilibrada e bem fundamentada.

Enquanto 2024 se inicia com uma perspectiva mais positiva, a prudência e a diligência serão nossos aliados mais valiosos. Com uma estratégia cuidadosa e uma visão atenta às mudanças do mercado, podemos navegar neste ano com sucesso, aproveitando as oportunidades e mitigando os riscos.

Desejo um Feliz 2024!

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

Fale direto comigo no e-mail.

Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.