Nos últimos dois anos, o mercado de ações americano, medido pelo índice S&P500 surpreendeu os investidores. Depois de se desvalorizar mais de 19% em 2022, o índice subiu 24,2% em 2023. Segundo os estrategistas americanos, este ano a Bolsa deve surpreender novamente, mas desta vez será por não ter quase qualquer variação.
Segundo pesquisa divulgada pela Bloomberg, entre 19 especialistas ouvidos, a média das opiniões indica que o S&P500 deve terminar o ano negociado a 4.833 pontos.
O índice de ações mais acompanhado no mundo encerrou o ano de 2023 valendo 4.769 pontos.
Se a média dos estrategistas estiverem certos, a valorização no ano de 2024 seria de 1,3%.
Muitos investidores olham o passado recente para tomar decisão sobre como investir no momento. Esse processo de escolha levou a decisões erradas nos últimos 2 anos.
Em 2021, o S&P500 se valorizou 26,9%. Quem decidiu investir baseado nesta valorização, perdeu 19,4% em 2022.
Novamente, quem saiu da Bolsa no fim de 2022 devido ao péssimo desempenho no ano, perdeu a valorização de 24,2% em 2023.
Pela indicação dos estrategistas ouvidos na pesquisa da Bloomberg, o risco, neste momento, é de a alta de 2023 levar os investidores a uma nova frustração.
Executivos das principais instituições nos EUA foram ouvidos na pesquisa. Dentre elas: JP Morgan, Bank of America, Barclays, Citigroup, Deutsche Bank, Goldman Sachs, UBS, Wells Fargo e Societe Generale.
A expectativa mais baixa para o S&P500 veio do executivo do banco JP Morgan que espera que o índice encerre o ano em 4.200 pontos, ou seja, uma queda de 11,93%.
A expectativa mais elevada foi dada pelas instituições Oppenheimer e Fundstrat. Eles esperam que o índice se valorize 9% para 5.200 pontos ao final de 2023.
Existem razões para justificar a alta e para responsabilizar a queda.
Pelo lado negativo, o índice negocia neste momento com um múltiplo Preço/ Lucro bem acima da média histórica e existe expectativa de desaceleração econômica nos EUA. O lado otimista, vê na expectativa de queda das taxas de juros um colchão de sustentação pelo deslocamento de carteiras.
Ainda é cedo para dizer qual cenário tem mais chances de se concretizar, mas sem dúvida será um ano de grande volatilidade tendo em vista os riscos geopolíticos que enfrentamos e o cenário de eleições presidenciais americanas.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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