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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Investidores ainda fogem do risco em 2024

Fundos de ações perderam quase um quinto de seu patrimônio em 4 anos

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Mesmo depois dos eufóricos dois últimos meses de 2023 em que o Ibovespa se valorizou 18,57%, investidores continuam pessimistas com o mercado de ações. O consenso pode ser extraído dos números de aplicação líquida em fundos de ações e multimercados no mês de janeiro.

Fundos de ações perdem quase um quinto de seu patrimônio em 4 anos. Michael M. Santiago/Getty Images/AFP (Photo by Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP) - Getty Images via AFP

Segundo dados da Anbima, até o dia 19 desse primeiro mês do ano, os investidores já resgataram de forma líquida dos fundos de ações (FIAs) o equivalente a R$ 2,3 bilhões. O resgate líquido é calculado subtraindo a soma de aplicações do volume de resgates.

Os fundos multimercados (FIMs) perderam ainda mais. Os resgates líquidos de FIMs somaram R$ 13,4 bilhões em janeiro.

O volume total aplicado em FIAs caiu para R$ 595 bilhões na última sexta-feira. Para entender o tamanho da perda de recursos dos FIAs nos últimos anos, podemos olhar para o volume neste produto em dezembro de 2019.

Em 2019, o Ibovespa encerrou o ano negociado a 115.645 pontos e o volume aplicado em FIAs naquele instante era de R$ 738,7 bilhões. Ou seja, apesar da alta do mercado, os fundos perderam mais de R$ 143 bilhões nestes 4 anos, quase 20% do patrimônio.

Os resgates ainda refletem a frustração de investidores com o desempenho do mercado nestes últimos 4 anos. Desde o fim de 2019, o Ibovespa se valorizou apenas 10%.

Assim, em vez de olhar para frente, muitos estão aproveitando a alta para sair com menor prejuízo.

Talvez, o volume de resgate ainda possa representar um corte de eventual excesso de alocação que muitos podem ter feito no ano de 2019 devido aos três anos de alta forte entre 2016 e 2018.

Ao final de 2018, o volume aplicado em FIAs era de apenas R$ 479,7 bilhões. Portanto, ainda inferior ao volume atual.

A dúvida é: será que ainda está na hora de sair de Bolsa?

Se sua alocação em Bolsa está acima do recomendado ao seu perfil de investidor, sem dúvida, o ajuste, mesmo que tardio, deve ser feito.

Entretanto, se o volume que você possui aplicado está adequado ao seu perfil de risco, sair agora pode não ser o ideal.

Apesar dos riscos externos e internos, as taxas de juros devem voltar a cair na próxima semana e devem continuar caindo até o fim do ano.

Assim, parte do que motivou a todos aplicarem em Bolsa em 2018 e 2019, pode voltar a ocorrer nos próximos 2 anos. Ou seja, ter um rendimento de juros muito baixo.

A taxa básica da economia naqueles 2 anos ficou abaixo de 6,5% ao ano. Esse foi um dos motivos que levou muitos a migrarem aplicações para Bolsa.

Portanto, cuidado para não olhar para o que ocorreu no passado recente para tomar as decisões futuras, ou você pode voltar a repetir os mesmos erros do passado no futuro. Ou seja, correr para aplicar em ações, depois que elas já subiram.

Mas calma quem acha que eu já mudei de opinião sobre o melhor investimento. Continuo acreditando que o melhor balanço de retorno por risco se encontra em títulos de renda fixa referenciados ao IPCA, isentos de IR e de longo prazo. Para o longo prazo, um retorno de IPCA + 6,5% ao ano isento de IR equivale a IPCA+8,5% ao ano bruto de IR. Em uma década, nenhum índice de ações bate este retorno.

Convite para que eu analise seus desafios financeiros:

Aproveito para chamar a atenção para o artigo dessa semana da coluna Comento seu Dinheiro. Nesta nova coluna, eu comento e esclareço os desafios financeiros dos leitores. Se você desejar, posso comentar sobre sua dúvida. Para enviar sua dúvida, escreva um e-mail para mim descrevendo o problema com detalhes e colocando no título: Comente meu dinheiro.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

Fale direto comigo no e-mail.

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