De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu juros Selic copom

Em renda fixa, maior retorno passado também não é garantia de maior rentabilidade futura

Entenda por que o desempenho extraordinário de hoje pode significar rendimentos menores amanhã

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Em renda fixa, é preciso ter o mesmo cuidado com o retorno passado que se tem ao avaliar ativos de risco. Talvez até mais. Enquanto em ações a estratégia de "momento" busca aproveitar o desempenho recente de ativos que estão em alta, em renda fixa, a lógica é inversa. Os títulos de renda fixa prometem um ganho finito e pré-estabelecido, o que significa que, quando pela marcação a mercado se observa um retorno extraordinário no passado, o retorno futuro tende a ser menor.

Operador de mercado na New York Stock Exchange (NYSE). - SPENCER PLATT/Getty Images via AFP

Isso ocorre porque esses títulos já entregaram além do previsto na marcação a mercado. Se um título pagou mais do que o contratado em função de um cenário econômico favorável ou por excesso de demanda, a tendência é que, daqui em diante, o retorno fique mais próximo do rendimento original ou até abaixo.

Por outro lado, quando o retorno de um título foi inferior ao esperado, isso pode indicar uma oportunidade, já que o mercado tende a corrigir essas distorções ao longo do tempo, levando a ganhos mais atrativos no futuro.

Muitos produtos de renda fixa que tiveram desempenho acima da média no passado recente em relação ao CDI estão recebendo um fluxo excessivo de novos investidores. Isso tem sido observado principalmente em fundos de crédito privado que capturaram o fechamento de spreads de crédito nos últimos 12 meses, por exemplo, em fundos de infraestrutura atrelados ao CDI. Esses fundos foram beneficiados por um movimento temporário que pode não se repetir, resultando em expectativas de retorno futuras que podem não ser atendidas.

Ainda assim, é preciso também estar atento à comparação entre diferentes indexadores.

Portanto, o cuidado ao avaliar retornos passados em renda fixa deve ser redobrado. Se você está em dúvida, prefira títulos de renda fixa marcados na curva de aquisição como CDBs. Nestes, você evita a frustração mencionada acima.

Assim como em ações, onde o desempenho passado pode não garantir lucros futuros, o mesmo princípio se aplica aqui. Avaliar os retornos olhando para frente, e não para o que já foi entregue, é essencial também na renda fixa. Diversificar entre diferentes produtos e indexadores é a melhor forma de proteger o portfólio e evitar frustrações com retornos que dificilmente se repetirão.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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