A luta contra o racismo não pode ser uma bandeira pontual, lembrada apenas no mês de novembro. Hoje, 66% das vítimas de trabalho infantil no país são pretas, de acordo com o Mapa do Trabalho Infantil, e segundo a Unicef, uma criança preta tem 25% mais chances de morrer antes de completar um ano. Fora isso, o risco de morte por desnutrição é 90% maior entre crianças pretas e pardas do que entre as brancas.
Ainda segundo o estudo Impacto do Racismo na Infância, da Unicef, uma criança negra tem 70% mais risco de ser pobre do que uma criança branca.
Essas porcentagens estão diretamente ligadas ao racismo estrutural e combatê-lo deveria começar cedo, de acordo com a educadora Sarah Carolina, do @maternagempreta.
"A gente vive uma época onde a maioria das pessoas, inclusive muitas crianças têm acesso a informação e em algum momento elas vão saber de um caso de violência policial ou racismo ocorrido. Então, meu primeiro conselho é: o antirracismo deve vir antes do racismo. A criança precisa se 'descobrir negra' aprendendo sobre a cultura e ancestralidade africana".
Segundo Sarah, com a autoestima fortalecida, a criança sentirá menos o impacto de entender que sua origem e cor da pele pode desencadear uma discriminação. "É quase uma medida preventiva", diz.
Em junho, Sarah vai conduzir a Oficina de Criação Antirracista, com três horas de conversas sobre os pilares de uma criação antirracista e apresentará recursos e intervenções pertinentes para uma educação para a pluralidade.
"O melhor é ser sincero com a criança quando uma situação de racismo se apresentar: Assim, ela terá maturidade cognitiva para perceber e comunicar que foi discriminada, ainda que ela não entenda o motivo", explica Sarah.
"Essa conversa também é extremamente importante para crianças brancas, pois quem conhece e respeita a cultura preta terá uma postura muito mais consciente em relação ao racismo", finaliza.
Oficina de Educação Antirracista
Mais informações: https://forms.gle/x42SvHkQmgiShDPaA
Quando: Em junho
Quanto: R$ 50,00
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