Maternar

No blog, as mães Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti abordam as descobertas do início da maternidade

Maternar - Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Descrição de chapéu Todas

Senti a maternidade quando ouvi duas sílabas: 'ma-ma'

Dos primeiros meses até hoje, eu e minha Olívia vamos aprendendo a ser mãe e filha de forma leve e divertida

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

É com muita alegria que assumo hoje o blog Maternar, do qual sou leitora há anos, desde quando ser mãe era apenas uma vontade. Estarei acompanhada da minha querida colega de redação Havolene Valinhos, que engravidou com três semanas de diferença de mim e com ela dividi muitas dúvidas e ansiedades.

Já contei aqui mesmo neste espaço a minha jornada para conquistar a maternidade, do meu drama ao sofrer um aborto, a corrida contra o tempo para engravidar após os 40 anos até o sonho realizado. Meu conto de fadas pessoal. Hoje, já tenho muitas boas histórias para contar da minha Olivinha, além de muitas dúvidas, que são infinitas.

Confesso que mesmo com o alívio e alegria após passar por esse processo sofrido para conseguir ter minha filha no colo, tudo que senti quando ela nasceu, após a emoção inicial, foi um grande pânico e uma preocupação imensa em não deixá-la morrer, principalmente sufocada ou engasgada.

Duas mulheres grávidas colocam suas barrigas de frente ua para outra
As repórteres Tatiana Cavalcanti e Havolene Valinhos, grávidas na Folha de S.Paulo - Arquivo pessoal

Vivia colocando a mão na barriguinha para ver se estava se movimentando, respirando, para ter alívio. Ainda me pego fazendo isso quase um ano depois.

Queria ficar o máximo de dias que pudesse no hospital para receber a assistência das enfermeiras e usar a internação como uma grande escola da maternidade. Sim, porque amamentar também é um treino, um aprendizado. Assim como trocar fralda e dar banho.

Fora que se a bebê sofrer algum revés, como foi o caso da Olívia, que quase sufocou horas após nascer, estamos amparados por especialistas. Se eu estivesse sozinha naquele momento, quando congelei, ela não teria sido socorrida tão rapidamente, o que pode fazer grande diferença.

Quando fui para casa com ela no bebê conforto, minha relação se tornou mecânica: amamentar a cada três horas, trocar a fralda, colocar o despertador para dar de mama de novo, dar banho, trocar a fralda de novo. Um looping de funções que aprendemos na prática.

Nessa época, eu achava que o tempo de licença maternidade não andava, porque era tudo tão intenso que parecia que estava naquela rotina maluca há anos. Enquanto isso, Olívia mantinha uma cara amarrada e sisuda. Pensei: "essa menina vai ser da pá virada". Toda essa gincana durou uns três meses.

Até que ela começou a sorrir, lindamente. Dali em diante, meu coração amoleceu e o amor só aumentou, porque deixou de ser uma relação mecânica. Virou um grande brincar. Aí acabou a licença-maternidade e tive que voltar a trabalhar. O que foi ótimo também, porque me fez sentir a vida de novo, numa nova vida.

Os meses passaram e nada de ela engatinhar, o que só foi acontecer aos nove meses. Agora ninguém segura. Ela já sabe se levantar sozinha, com apoio, e virou uma mulher quase independente.

Mas o que me emocionou demais nesse mês foi a primeira vez que escutei ela dizer "ma-ma". Duas sílabas que resumem a luta de anos que enfrentei para ouvir esse doce som. Estou apaixonada. Qualquer nova palavra é uma festa: "ba-ba", "pa-pa", "da-da". E assim Olívia cresce, assim como meu amor por ela.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.